Bamidelê reúne mulheres na luta contra o racismo e o sexismo
Lançamento da Campanha de Promoção da Igualdade Racial, promovido pela Bamidelê em 2009 (Foto: Divulgação / Bamidelê)
A instituição Fundo Elas realiza investimentos sociais voltados exclusivamente para grupos de mulheres por todo o Brasil. Por acreditar no potencial transformador delas, o fundo já beneficiou 274 grupos em seus dez anos de atuação. A ONG Bamidelê é um exemplo destas organizações femininas que promovem mudanças sociais a partir do seu trabalho e contam com o apoio do fundo Elas para garantir a manutenção de suas ações.
Fundada em 2001, a organização, composta por feministas negras da Paraíba, nasceu do desejo e necessidade de se lutar de forma integrada conta o racismo e sexismo. O nome Bamidelê, de origem africana, aproxima-se em sentido do verbo esperançar. De acordo com Terlúcia Silva, atual coordenadora executiva da organização, o nome foi escolhido por transmitir o espírito dessas mulheres ativistas que estão sempre em movimento buscando novas conquistas.
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Terlúcia explica que a organização possui diversos campos de atuação no
combate ao preconceito racial e de gênero. O trabalho formativo e
educativo focado na questão da afirmação da identidade negra se
caracteriza como um dos campos de destaque da organização. “Não abrimos
mão desse enfoque porque acreditamos que uma pessoa é capaz de ir longe
quando se afirma como é. A partir das descobertas é possível dar passos
significativos”, garante a coordenadora. As ações formativas e
educativas são colocadas em prática na forma de seminários,
capacitações, rodas de diálogos, oficinas, entre outras atividades
capazes de promover a troca de conhecimento entre as mulheres.
Assembleia da Bamidelê
(Foto: Divulgação / Bamidelê)
Além de promover diversas ações sociais, a Bamidelê possui um fundamental eixo de atuação política. O controle social das políticas públicas é apontado por Terlúcia como uma ação de relevância na garantia dos direitos das mulheres negras. A organização, atualmente, integra o conselho municipal dos direitos da mulher de João Pessoa. “Ainda hoje, nossa presença no conselho é fundamental para que a mulher negra seja contemplada”, diz.
Atualmente, o apoio do Fundo Elas é aplicado nos projetos que envolvem mídia e comunicação. Um exemplo dessas ações são as oficinas com comunicadores, desenvolvidas a fim de inserir a discussão e a reflexão sobre a questão racial na mídia. Terlúcia afirma que a partir de analises de conteúdos midiáticos e da desconstrução de estereótipos, a Bamidelê pretende conscientizar comunicadores e “enegrecer” a mídia. A coordenadora da organização, que possui apenas 4 funcionárias em seu cotidiano de trabalho, conta que o apoio do fundo é essencial para tornar trabalho da Bamidelê mais amplo e reconhecido. “Elas estão conosco, literalmente. O apoio foi e continua sendo muito importante para dar mais visibilidade às nossas ações”, diz.
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