A dança folclórica uma
forma de dança social que se desenvolveu como parte dos costumes e
tradições de um povo e são transmitidas de geração em geração. Muitas
danças exigem pares, outras são executadas em roda, às vezes se colocam
em fileiras.
Embora as danças folclóricas sejam preservadas pela repetição , vão mudando com o tempo, mas os passos
básicos e a música assemelhem-se ao estilo original. Todos os países
têm algum tipo de dança folclórica e a maioria pertence apenas a sua
nação, como por exemplo: a tarantela, italiana, o drmes, croata ou o
krakowiak, polonês e o frevo brasileiro. Algumas são executadas em
ocasiões especiais, como a polca de Natal sueca, a hayivka, dança da
Páscoa ucraniana, a hochzeitstanz, dança austríaca de casamento e o
reisado brasileiro, que festeja a véspera do dia de Reis.
Cateretê
Também chamado catira, cateretê, é uma
dança de origem indígena e dançada em muitos estados brasileiros. Foi
bastante usada pelo Padre Anchieta que em sua catequese, traduziu para a
língua tupi alguns textos católicos, assim enquanto os índios dançavam,
cantavam trechos religiosos, por este fato é que muitos caipiras
paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o cateretê. Os
trajes usados são as roupas comuns de todo o dia. A dança varia em cada
região do país, mas geralmente são dançadas em duas fileiras formadas
por homens de um lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de
palmas e violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias são
cantadas pelos violeiros.
Coco Alagoano
Dança típica de Alagoas, de origem
africana, que se espalhou por todo o Nordeste recebendo nomes e formas
de coreografias diferentes. A dança é cantada e acompanhada pela batida
dos pés ou pela vibração do patear dos cavalos. O mestre ou o tocador de
coco entoa as cantigas cujo refrão é respondido pelos cantadores.
Congada
Bailado popular que acontece em
algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e
Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta manifestação
cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra
do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na
congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes,
damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a
igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas,
atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma
guerra.
Fandango
Dança popular gaúcha, de origem
portuguesa, também conhecida no Norte e Nordeste como Marujada. Ao som
da viola ou da sanfona, o grupo de dança mistura cantigas náuticas, de
origens que retratam as conquistas marítimas e o heroísmo dos
navegadores portugueses, e o sapateado. Esse bailado não possui enredo
ordenado, mas a apresentação do auto começa sempre com a chegada de uma
miniatura de barco à vela puxado pela tripulação, que é formada pelos
componentes do grupo de dança.
Maracatu
Dança típica do Nordeste,
principalmente de Pernambuco. Maracatu é um termo africano que significa
dança ou batuque, no qual um grupo de adeptos das religiões
afro-brasileiras saem fantasiados às ruas para fazer saudações aos
orixás, em um cortejo carnavalesco onde reis, rainhas, princesas, índios
emplumados e baianas cruzam as ruas dançando, pulando e passando de mão
em mão a calunga, boneca de pano enfeitada presa num bastão. O ritmo
frenético que acompanha o maracatu teve origem nas Congadas, cerimônias
de escolha e coroação do rei e da rainha da "nação" negra. Ao primeiro
acorde do maracatu, a rainha ergue a calunga para abençoar a "nação".
Atrás vão os personagens, com chapéus imensos, evoluindo em círculos e
seguindo a procissão recitando versos que evocam histórias regionais
Frevo
Dança e música típica do carnaval de
rua e salão de Recife, Pernambuco. Essencialmente rítmica, de
coreografia individual e andamento rápido. Seus dançarinos, chamados
passistas, se vestem com fantasias coloridas e agitam pequenos
guarda-chuvas com função somente estética. Alguns pesquisadores dizem
que o frevo possui elementos de várias danças como marcha, polca ou
maxixe, outros pensam que ele foi influenciado pela capoeira. O frevo
não é cantando, sua música só é executada por instrumentos de sopro e
surdos, que formam a orquestra do frevo conhecida como Fanfarra.
Reisado
Dança popular profana-religiosa, de
origem portuguesa, com que se festeja a véspera e o Dia de Reis. No
período de 24 de dezembro a 06 de janeiro, um grupo formado por músicos,
cantores e dançadores vão de porta em porta anunciando a chegada do
Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e
dançam. O Reisado é de origem portuguesa e instalou-se em Sergipe no
período colonial. Atualmente, é dançado em qualquer época do ano, os
temas de seu enredo, variam de acordo com o local e a época em que são
encenados, podem ser: amor, guerra, religião entre outros. O Reisado se
compõe de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre,
contramestre, figuras e moleques. Os instrumentos que acompanham o
grupo são violão, sanfona, ganzá, zabumba, triângulo e pandeiro.
Xaxado
Dança popular do sertão nordestino,
cujo nome foi dado devido ao som do ruído que as sandálias dos
cangaceiros faziam ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações
celebradas nos momentos de glória do grupo de "Lampião", considerado
entre outras denominações o "Rei do Cangaço. É dançada somente por
homens, razão pela qual nunca se tornou uma dança de salão.
Primeiramente a melodia era apenas cantada e o tempo forte marcado pela
batida de um rifle no chão, as letras eram e continuam satíricas. O
grande divulgador do xaxado foi Luís Gonzaga, que conseguiu que este
gênero fosse tocado nas rádios, televisões e teatros.
Baião
Dança e canto típico do Nordeste,
inicialmente era o nome de um tipo de festa, onde havia muita dança e
melodias tocadas em violas. Este gênero musical que era restrito ao
sertão nordestino, passou a ser conhecido em todo Brasil, por intermédio
do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, quando gravou em 1946, seu
primeiro grande sucesso Baião. A partir daí e até meados da década de
1950, este ritmo tomou conta do Brasil e vários artistas começaram a
gravar o baião. Em 1950, este gênero musical também passou a ser
conhecido internacionalmente, o baião Delicado do instrumentista e
compositor Valdir Azevedo, recebeu várias orquestrações de maestros
americanos. O baião só perdeu o seu reinado com a aparecimento da bossa
nova, mesmo assim ainda se sente sua influencia em muitos compositores
até os dia de hoje. Com seu ritmo binário e suas melodias a fazer muito
sucesso no nordeste.
Samba de Roda
Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia,
no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos
dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos.
Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos
musicais mais utilizados.
Quadrilha
É uma dança típica da época de festa junina.
Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da
dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura
caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma
coreografia especial. A dança é bem animada com muitos movimentos e
coreografias. As músicas de festa junina mais conhecidas são: Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai,Cai balão.
OUTRAS DANÇAS
As danças folclóricas evoluíram de várias
maneiras a partir de antigos rituais mágicos e religiosos. No Brasil, as
danças folclóricas resultaram da fusão das culturas portuguesa, negra e
indígena.
Batuque
O Batuque é uma dança de origem
africana, do ritual da procriação. Foi severamente proibida na época
colonial pelos padres. Dança muito popular em algumas cidades do
interior de São Paulo, nas festas do Divino Espírito Santo, ou nas
festas juninas. O batuque é dançado em terreiro ou praça pública. Uma
fileira de homens fica ao lado dos tocadores. As mulheres ficam a uns 15
metros de distância. Então, começa a dança, começam as umbigadas. Cada
homem, dançando, dá três umbigadas numa mulher.Os músicos tocam. Um
batuqueiro "modista" faz a poesia, os versos.Há o solo e, em seguida, o
coro é feito por todos que estão batucando.
Catira
A Catira é executada
originalmente apenas por homens, embora hoje muitas mulheres,
principalmente as mais jovens também pratiquem.Em alguns municípios, a
catira é parte integrante da Folia de Santos Reis, porém nada impede que
seja destacada da manifestação, para ser cantada e dançada em outros
períodos do ano. As cantorias são um tipo de moda de viola entoadas,
geralmente, por dois violeiros. A temática enfocada pode ser relacionada
ao dia-a-dia, trabalho, amores, saudades, lugares, etc.
A dança, muito chamativa devido ao seu
vigor e sincronicidade, compõe-se de palmateios e sapateios ritmados que
os catireiros executam, em duas fileiras (uma em frente à outra,
formando pares). Comum na região Sudeste do Brasil.
Çairé
O Çairé é uma manifestação
folclórica e religiosa encontrada na ilha de Alter-do-Chão, a 30
quilômetros de Santarém, no oeste do Pará. Atualmente acontece no mês de
setembro. A festa atrai milhares de turistas que, durante três dias,
cantam, dançam e participam de rituais religiosos e profanos,
resultantes da miscigenação cultural entre índios e portugueses.
Consta que a festa foi criada
pelos índios como forma de homenagear os portugueses que colonizaram o
médio e o baixo Amazonas. Sua origem está no fato de que os
colonizadores que aportavam em nossas terras exibiam seus escudos. Os
índios então faziam o seu "ÇAIRÉ", como foi chamado o símbolo que é
carregado nas procissões, imitando o escudo usado pelos portugueses. O
escudo dos índios era feito de cipó recoberto de algodão e outros
adornos, enfeitado de tiras de várias cores e rosetas de pano colorido.
Dança do Carimbó
Criada pelos índios Tupinambá
que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso artístico
invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como verdadeiros
semi-deuses. Inicialmente, segundo tudo indica, era apresentada num
andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças
indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa
manifestação artística dos Tupinambás começaram a aperfeiçoar a dança,
iniciando pelo andamento que , de monótono, passou a vibrar como uma
espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo
os colonizadores portugueses que, pelo interesse de conseguir
mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, não somente
estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam
questão de participar, acrescentando traços da expressão corporal
característica das danças portuguesas. Não é à toa que a "Dança do
Carimbó" apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças
folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do
ritmo agitado e absorvente.
Lundu
O "Lundu" é uma dança de origem africana
trazida para o Brasil pelos escravos. A sensualidade dos movimentos já
levou a Côrte e o Vaticano a proibirem a dança no século passado. No
Brasil o "Lundu", assim como o "Maxixe" (a dança excomungada pelo Papa),
foi proibido em todo Brasil por causa das deturpações sofridas em nosso
país. Mas, mesmo às escondidas, o "Lundu" foi ressurgindo, mais
comportado, principalmente em três Estados brasileiros: São Paulo, Minas
Gerais e na Ilha do Marajó, no Pará. A dança simboliza um convite que
os homens fazem às mulheres "para um encontro de amor sexual". O
"Lundu", considerado ao lado do "Maxixe ", uma dança altamente sensual,
se desenvolve com movimentos ondulares de grande volúpia. No início as
mulheres se negam a acompanhar os homens mas, depois de grande
insistência, eles terminam conquistando as mulheres, com as quais saem
do salão dando a idéia do encontro final.
Marabaixo
Dança do Amapá. Os negros
preservam o Marabaixo (mar a baixo), dança que se assemelha ao arrastar
dos pés presos pelas correntes da escravidão. No canto cadenciada
aparecem os lamentos do cotidiano e saudades da África. O Marabaixo
ocorre nas principais comunidades negras, como Mazagão Velho, Curiaú e
Igarapé do Lago, além dos bairros do Laguinho e do antigo bairro da
Favela em Macapá. Essas comunidades também desenvolvem o Batuque, ritmo
tirado de tambores artesanais e instrumentos de percussão feitos com
madeira e sementes.
Marujada
Trata-se de um auto dramatizado,
onde predomina o canto sobre a dança. Há uma origem comum entre a
Marujada de Bragança no Pára e a Irmandade de São Benedito. Quando os
senhores brancos atenderam ao pedido de seus escravos para a organização
de uma Irmandade, foi realizada a primeira festa em louvor a São
Benedito. Em sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em
casa para agradecer a seus benfeitores. A Marujada é constituída quase
exclusivamente por mulheres, cabendo a estas a direção e a organização.
Os homens são tocadores ou simplesmente acompanhantes. Não há número
limitado de marujas, nem tão pouco há papéis a desempenhar. Nem uma só
palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como argumentação.
Não há dramatização de qualquer feito marítimo. A Marujada de Bragança é
estritamente caracterizada pela dança, cujo motivo musical único é o
retumbão.
Pastoris
São danças e cantos que por ocasião
das festas de Natal se realizam em homenagem ao Deus Menino. Em geral se
desenvolve; defronte de um Presépio ou em tablados, em praça pública. É
um rancho alegre de meninas, mocinhas, que ano após ano entoam ao
Menino Jesus. As pastorinhas representam autos. Festivo teatro popular,
alegre, mas cheio de ensinamentos morais e as músicas são cheias de
ternura. Seus personagens são a Mestra, a Contramestra, Diana, a
Camponesa, Belo Anjo, o velho e as simples pastoras. Dois partidos
vestidos de cores diferentes, dois cordões disputam as honras de louvar
Jesus Menino.
Pericom
Provavelmente originou-se na região
do Rio da Prata, na primeira metade do século 19. Dança muito popular
no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina, é uma dança de
conjunto. Deve ser dançada por grupos de pares (no máximo doze), como a
quadrilha. Os dançarinos realizam as evoluções, tempos fortes de cada
compasso. É comandada pelo "bastoneiro” ou “marcante” que ordena as
Evoluções que quiser. O comando se divide em duas partes: “Agora...”
(preparação) e "se foi . ..” (execução) No inicio e no fim da dança os
cavalheiros dizem versos.Quando a dança termina, fica apenas
um cavalheiro cantando versos com o violeiro mandante.
Ticumbi
Versão capixaba da Congada.Somente é
encontrada no Estado do Espírito Santo. Dança dramática-guerreira, é
praticada por negros que se vestem na maioria das vezes de branco. Usam
japonas ou batas longas enfeitadas de fitas muito coloridas.
Amarram na cabeça um lenço que lhes dá um
"ar de mouro". Sobre o lenço usam flores de diversas cores. Alguns
colocam sobre o lenço um chapéu de palha todo enfeitado de fitas e
flores.
Os dois reis se distinguem graças às
coroas de papelão pintado de dourado. Capa longa de damasco ou cetim
lamê cintilante. Uma faixa "presidencial" que vai do ombro esquerdo até a
cintura oposta.
Na cintura uma espada do "tempo do
Império". Os reis São servidos por pajens ou secretários cada qual com a
capa da cor do seu reinado. As duas cores escolhidas pelos reis para a
sua corte variam. O vermelho quase sempre está presente numa das cortes.
e uma cor forte, de grande efeito nos mantos reais. Rei Congo e Rei
Bamba são as figuras principais do Ticumbi.
Dois Reis negros lutam para ter o
privilégio de realizar sozinho a festa de São Benedito, padroeiro dos
negros do Brasil. O rei Bamba é vencido pelo Rei Congo e por este é
batizado, com toda a sua corte. Então todos dançam e cantam o Ticumbi.
O Ticumbi tem um intuito nitidamente visível conversão e batismo de pagãos
São muito simples. Usam chocalhos. Apenas uma viola acompanha as cantorias.
Bate Coxa
Esta dança alagoana, de influência
negra, não existe em outros estados brasileiros, atualmente. Em
Piaçabuçu é praticada exclusivamente por negros, tanto no passado, como
no presente. Os dois disputantes, sem camisa, só de calção, aproximam-se
e colocam peito com peito, apoiando-se mais nos ombros. Ambos afastam a
coxa o mais que podem e chocam-se num golpe rápido. Depois da batida da
coxa direita com a direita, repetem á esquerda chocando bruscamente. A
dança prossegue até que um dos dois desista e se de por vencido.
Se um dos dois levar urna queda, após
a batida, é considerado perdedor. Ás vezes combinam ou sorteiam quem
vai começar a dança, dando a primeira batida de coxa. E o grupo continua
cantando, acompanhado por um tocador de ganzá (reco-reco).
Capoeira
Um dos principais elementos da
cultura negra no Brasil, a capoeira é dançada ao som do berimbau ou de
instrumentos de percussão, como pandeiros, atabaques, ganzás e caxixis. A
capoeira, como técnica de ataque e defesa corporal, foi introduzida no
Brasil pelos escravos bantos, originários de Angola. Os escravos a
praticavam em segredo, simulando uma dança, ao som de cantos rituais e
diversos instrumentos. A capoeira possui duas modalidades, a angola e o
regional, mas ambas utilizam golpes com os pés, pernas, mãos e cabeça.
Chula
Dança-desafio, de origem portuguesa,
caracterizada pela disputa. Uma vara de aproximadamente quatro metros de
comprimento é colocada no chão e em cada extremidade posta-se um
dançarino. Ao som da música ligeira, o dançarino executa uma complicada
coreografia que deve ser repetida pelo companheiro.
Dança da Fita
Comum no Estado de Santa Catarina, a
Dança da Fita é desenvolvida da seguinte maneira: é colocado no centro
um mastro chamado pau-de-fita de aproximadamente 3m de altura com doze
fitas (duas vermelhas, duas verdes, duas amarelas, duas azuis, duas
rosas e duas azul marinho). Ao lado do mastro, formam-se duas filas, do
lado direito os homens e do esquerdo as mulheres. Na cabeceira das duas
filas fica o mestre e num sinal feito através do apito tem início a
dança. O primeiro movimento é conhecido como preparação da terra para o
plantio da árvore. No segundo movimento os dançadores cruzam as fitas,
que significa a escolha da semente. No terceiro movimento inicia-se a
semeadura. No quarto já se percebem as tranças formadas em um total de
cinco trançados diferentes que simbolizam as raízes. Quando o mastro
fica totalmente coberto pelas tranças, os adultos são substituídos pelas
crianças que irão realizar a destrança. As crianças simbolizam as
folhas da árvore. Quando termina o movimento executado pelas crianças o
mastro é transformado simbolicamente em belíssima árvore, sendo este o
final da dança.
A Dança da Fita também é conhecida como
Baile de Cordon, Carxofa, Magrana e Baile de Gitanas (Portugal), Danza
de las Fitas (Cataluña, Espanha). Dança de los Mineros (Peru), Dança de
los Matachines (Colômbia), Dança de las Listones (Argentina) e Dança de
las Cintas (Venezuela).
Dança do Siriá
Uma das manifestações coreográficas
mais belas do Pará. Contam os estudiosos que os negros escravos iam para
o trabalho na lavoura quase sem alimento algum. Só tinham descanso no
final da tarde, quando podiam caçar e pescar. Como a escuridão
dificultava a caça na floresta, os negros iam para as praias tentar
capturar alguns peixes. A quantidade de peixe, entretanto, não era
suficiente para satisfazer a fome de todos. Certa tarde, entretanto,
como se fora um verdadeiro milagre, surgiram na praia centenas de siris
que se deixavam pescar com a maior facilidade, saciando a fome dos
escravos. Como esse fato passou a se repetir todas as tardes, os negros
tiveram a idéia de criar uma dança em homenagem ao fato extraordinário.
Já que chamavam cafezá para plantação de café, arrozá para plantação de
arroz, canaviá para a plantação de cana, passaram a chamar de siriá,
para o local onde todas as tardes encontravam os siris com que
preparavam seu alimento diário.
Jongo
Dança de origem africana, participam
homens e mulheres, onde o Canto também tem papel importante. A música
serve para facilitar e coordenar os movimentos. Os instrumentos usados
são os de percussão. Tambu, candongueiro, biritador (atabaques de couro)
e angóia (uma espécie de chocalho). Sobrevive em poucos lugares do
Brasil, onde houve maior concentração de população negra escrava. Negros
vindos de Angola (África). Uma das mais ricas heranças da cultura negra
presente em nosso folclore.
O jongo formou-se nas terras por onde andou
o café. Surgiu na Baixada Fluminense, subiu a Mantiqueira. Persiste na
zona do Paraíba do Sul, Paraibuna e Paraitinga. Entrou pela Zona da Mata
mineira. Lá é conhecida por "caxambu".
Esse nome é dado também ao principal
instrumento, um atabaque grande. Uma dança que aparece em outros Estados
brasileiros. Como em Goiás e Espírito Santo. Mas com outras danças e
cerimônias.
Os casais se apresentam, o dançador
fica em frente a sua dama. Ela segura saia delicadamente, sem sair do
lugar. Com meneios e requebros a mulher acompanha galanteios do
cavalheiro. Outros casais se aproximam, dançando. O primeiro par se
afasta balançando o corpo, sem dar umbigadas como no batuque paulista.
Pezinho
O gaúcho dança o pezinho com bota e
espora chilena, Bombacha, Guaiaca e Faca. O chapéu repousa nas costas.
Lenço de seda no pescoço. Este é o traje típico do campeiro. A mulher
("a prenda ") não tinha traje típico para festividades, assim o
inventaram: Saia longa, rodada, cheia de babados, tranças e flor no
cabelo.
Samba de Matuto
Dança de cortejo, sem enredo ou
drama, na qual as cantigas dançadas fazem referência a Santos católicos,
a espíritos das religiões afro-brasileiras e as do cotidiano. Possui
nítida identificação com os terreiros de xangô. Antes de cada
apresentação, o mestre acende três pontos de velas para que os orixás
permitam o bom andamento do folguedo.
Xote Bragantino
O "Xote" (Schotinch) tem sua origem na
mais famosa dança folclórica da Escócia na segunda metade do século
XIX. Aos poucos foi conquistando a Europa. Na Alemanha ganhou um ritmo
valsado pela influência da Valsa Vienense. Na Inglaterra a dança era
saltitante. Já na França os passos ganharam ritmo semi- clássico, com um
andamento um tanto mais lento que o atual. Talvez por causa da
indumentária feminina que, naquela época, dificultava os movimentos
rápidos. Trazida para o Brasil pelos colonizadores, despertou, desde o
início, um grande interesse no povo brasileiro que, por sua vez, também
fez seus acréscimos. No Estado do Pará os portugueses cultivavam o chote
com bastante entusiasmo em todas as reuniões festivas assistidas de
longe pelos escravos africanos. A dança foi aproveitada, de fato, pelos
negros em 1798, quando eles fundaram a Irmandade de São Benedito, no
município de Bragança, que deu origem à Marujada. Outras danças de
origem européia também vieram formar o novo ritmo, mas é no "Xote" que
está o maior interesse do povo bragantino nas apresentações públicas da
"Marujada". A dança é executada repetidas vezes, valendo acrescentar que
até mesmo os jovens bragantinos preferem o "Xote" a qualquer outra
dança popular.
FOTOS: Google images
A Dança do Boi de Mamão
A dança do Boi de Mamão é a brincadeira mais
cultivada e, por isso mesmo, a mais apreciada dança folclórica da
região. Diferentemente das outras brincadeiras que foram trazidas à Ilha
de Santa Catarina pelos açorianos, o Boi de Mamão é uma tradição comum a
outros estados brasileiros e tem origem africana. Esta manifestação
apresenta diversas variações nas outras regiões brasileiras, com tipos
diferentes de apresentação, mas semelhantes na oralidade de sua
história. Há algumas divergências no que diz respeito à origem da
denominação Boi de Mamão, porém, a mais aceita é a de que o Boi, a
principal figura da dança, teria a cabeça feita de um mamão.
Outras figuras são: a cabra, a bernúncia, a maricota, o cachorro, o
cavalinho, o urso branco, o urso preto, o marimbondo, o macaco e o
jaraguá.
O grupo composto de elementos que formam a cantoria, é liderado pelo
chamador e acompanhado geralmente por uma sanfona e percussão.
Embora isso seja raro, o acompanhamento musical é também realizado por
um instrumento característico denominado "orocongo" - feito de um coco
da Bahia, seccionado e revestido com couro crú, e uma corda de viola, da
qual o som é extraído com um arco de madeira, no qual são fixados fios
de crina de cavalo - uma espécie de rabeca ou violino.
Os demais componentes do grupo são: o vaqueiro mateus, o anão e o doutor.
Cada bicho tem melodia e ritmo diferentes dos demais, e, consequentemente, dança e coreografia diversas.
A dança é muito semelhante ao "Bumba meu Boi", do nordeste brasileiro. A
diferença está na alegria, improvisação e descontração, que são as
características principais desta dança.
É também conhecida como Boi de Pano ou Boi de Mamão.
BOI-BUMBÁ
O Boi-Bumbá é uma manifestação folclórica
encontrada em quase todos os municípios paraenses. E é no mês de junho
que são feitas as apresentações, ainda em sua formação original. É
provável que a trama venha das estórias nascidas com o ciclo do gado,
nos séculos XVII e XVIII, quando a vida girava em torno do boi e de sua
criação.
Conta-se que na Belém da segunda metade do
século XIX, o Boi-Bumbá reunia negros escravos em um folguedo que
misturava, ao ritmo forte, a representação de um motivo surpreendente
para a época: a luta de classes dentro da sociedade colonial. O boi
acabou se tornando uma das manifestações mais autênticas da cultura
paraense.
A estória encenada no Boi - Bumbá é quase
sempre a mesma, com pequenas alterações. Um boi foi comprado para a
festa de aniversário da esposa do fazendeiro. Quando o animal chegou, o
feitor recebeu ordem para tratá-lo bem. Ao lado dessa fazenda morava uma
família composta pelo pai Francisco, "Chico", sua mulher Catarina, seu
compadre Casumba e mãe Guiomar.
Mãe Catarina, grávida, desejava comer
língua ou coração de um boi. Pai "Chico" então resolveu procurar um. O
primeiro que encontrou matou. Só que, antes que mãe Catarina realizasse
seu desejo, apareceu o dono do boi falando que o bicho era de estimação e
que desejava seu boi vivo.
Todos saíram à procura de um pajé para
ressuscitar o boi. O pajé foi logo pedindo cachaça, defumação e tabaco.
Sentou-se no seu banco, passou cachaça nos braços, acendeu um cigarro e
abriu os trabalhos.
Assim que o boi foi ressuscitado todos
cantaram e dançaram. É aí que o animal começa a fazer investida contra
as pessoas que assistem à encenação. A composição do elenco varia de
grupo para grupo e de região para região. De um modo geral todos incluem
ainda a moça branca filha do casal de fazendeiros, vaqueiros, cuzimbá
(um preto velho), a maloca dos índios com seu chefe, o doutor curador, o
padre e o tripa ( a pessoa que dança em baixo do boi).
A seguir os grupos de Boi-Bumbá encontrados em Belém:
BOI- BUMBÁ "PINGO DE OURO"
Fundado em 1969, tem 75 integrantes. Surgiu
da extinção do Boi- Bumbá "Arranca- Toco", da vila de Icoaraci, e
pesquisa de outros grupos folclóricos que se exibiam à época na vila.
BOI- BUMBÁ "PAI DA MALHADA"
Fundado em 1935, tem 50 integrantes. O "Pai da
Malhada" surgiu no bairro da Sacramenta, onde pertencia a um senhor
chamado "Zeca Praiano". Quando morreu, o grupo ficou sem liderança,
tendo nessa época o Sr. José Rufino solicitado aos parentes do falecido,
permissão para que usasse o nome de "Pai da Malhada". Inicialmente o
grupo foi formado só com garotos na faixa de 6 a 14 anos. Depois sofreu
algumas modificações, entraram os adultos, mas o boi nunca perdeu suas
raízes culturais.
BOI-BUMBÁ "FLOR DO CAMPO"
Fundado em 1960, tem 62 integrantes. Foi
trazido para Belém pelo Sr. Emílio da Paixão que resolveu trazer a
público um Boi- Bumbá de sua autoria. Seu Emílio trouxe a experiência da
ilha do Mosqueiro, a 60 km de Belém, onde participava do Boi- Bumbá
"Pai do Campo".
BOI- BUMBÁ "FLOR DO GUAMÁ"
Fundado em 1975, tem 50 integrantes. O
grupo folclórico "Flor do Guamá" começou com uma turma de crianças
moradoras da passagem Caparari, no bairro do Guamá, em Belém. A
brincadeira surgiu à base do improviso. As barricas foram feitas com
latas de leite vazias e os pandeiros com latas de goiabada. A
indumentária era de serrilha e folhas de açaizeiro, previamente pintadas
para as apresentações.
BOI- BUMBÁ "FLOR DA NOITE"
O grupo folclórico "Flor da Noite" foi
fundado em 1982. Tem 30 integrantes. Surgiu no Guamá durante a quadra
junina. Como na época só existiam três grupos folclóricos, o senhor
Álvaro de Souza resolveu formar uma brincadeira que viesse atender à
carência de lazer na área onde mora.
BOI- BUMBÁ "CAPRICHOSO"
Fundado em 1947, tem 45 integrantes. O
grupo folclórico "Caprichoso" foi fundado na ilha de Mosqueiro. Em 1964
instalou-se na cidade de Belém.
BOI- BUMBÁ "TIRA- FAMA"
Fundado em 1958, tem 50 integrantes. A
idéia de colocar o "Tira-Fama" na rua surgiu da necessidade de lazer na
comunidade do bairro do Guamá. Naquela época havia apenas o Boi- Bumbá "
Machadinha ", sem estrutura para absorver todos os interessados em
brincar a quadra junina. O Sr. Elias, mais conhecido como seu "Setenta",
foi o responsável em congregar amigos e familiares para formar o "Tira-
Fama".
BOI- BUMBÁ "ESTRELA D´ALVA"
O grupo folclórico "Estrela D´Alva",
fundado em 1963, tem 48 integrantes. Surgiu quando o Sr. Solino
Gonçalves, do bairro do Guamá, reuniu um grupo de garotos em sua casa
para organizar a brincadeira. Foi confeccionado um modesto Boi com latas
e caixas de madeira e os instrumentos foram improvisados. O nome
"Estrela D´Alva" foi dado em homenagem à sua filha D´Alva.
Créditos: http://www.cdpara.pa.gov.br/boi.php
BUMBA-MEU-BOI
O bumba-meu-bio é um
folguedo brasileiro, típico da região nordeste do Brasil. Teve início no
século XVIII, misturando aspectos das culturas portuguesa, negra e indígena.
Esta festa folclórica ocorre nas ruas do mês de novembro até 6 de janeiro (noite de reis).
Ela consiste numa dança acompanhada por música regional, onde um homem vestido de boi faz várias coreografias. Ao redor do boi aparecem vários personagens típicos do século: vigário, cobrador de impostos, escravo fugitivo, boiadeiro, capitão do mato e o valentão.
Durante a dança, o boi é morto, sendo logo em seguida ressuscitado por um puxão no rabo e volta a dançar. Na dança o boi abaixa e levanta a cabeça, dançando de forma desorientada, sobre os outros personagens.
Esta manifestação do folclore brasileiro é uma das mais populares do do nosso país. É também conhecida como boi bumba, boi pintadinho ou simplesmente bumba.
Curiosidade:
Esta festa folclórica ocorre nas ruas do mês de novembro até 6 de janeiro (noite de reis).
Ela consiste numa dança acompanhada por música regional, onde um homem vestido de boi faz várias coreografias. Ao redor do boi aparecem vários personagens típicos do século: vigário, cobrador de impostos, escravo fugitivo, boiadeiro, capitão do mato e o valentão.
Durante a dança, o boi é morto, sendo logo em seguida ressuscitado por um puxão no rabo e volta a dançar. Na dança o boi abaixa e levanta a cabeça, dançando de forma desorientada, sobre os outros personagens.
Esta manifestação do folclore brasileiro é uma das mais populares do do nosso país. É também conhecida como boi bumba, boi pintadinho ou simplesmente bumba.
Curiosidade:
- As mulheres não participam ativamente da festa do bumba-meu-bio. Porém, elas assistem, e algumas vezes ajudam na organização.
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