Primeiros europeus a chegar ao Brasil, no ano de 1500, os portugueses fizeram vir negros da África para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar, principal riqueza da colônia. Senhores absolutos da vida e da morte de seus escravos, os proprietários brancos os faziam trabalhar sem descanso, a custa de castigos e torturas muitas vezes fatais. Alguns escravos, porém, conseguindo fugir do cativeiro, se escondiam pelo interior virgem do país, onde formavam comunidades livres a que se deu o nome de Quilombos. Destes, o mais célebre foi o Quilombo dos Palmares, fundado em fins do século XVI, nas montanhas do Nordeste do Brasil.” Assim começa o filme “Quilombo”, de 1984.
Como a própria introdução do filme diz, o Quilombo de Palmares situava-se nas montanhas do Nordeste do Brasil, mais especificamente na Serra da Barriga, região que hoje pertence ao estado de Alagoas, e foi fundado no século XVI – alguns registros mostram que já havia um quilombo naquelas localidades em 1580, mas a mais antiga referência a ao nome Palmares vem de uma carta escrita pelo padre Pero Lopes, datada de 1597.
Os holandeses tentaram diversas expedições contra Palmares mas, sem sucesso, foram derrotados cruelmente em 1644. Após 1654, os portugueses organizaram mais de 20 expedições militares contra Palmares, pois o quilombo havia se tornado uma espécie de estado autônomo, ocupando uma faixa de terra de 200km.
Somente em Janeiro de 1694 o Quilombo dos Palmares foi ocupado e destruído. Com um exército de mais de 8.000 homens munidos até com canhões, Caetano Mello e Castro (governador da capitania de Pernambuco) e seu braço direito Domingos Jorge Velho (o comandante-geral) atacaram por 22 dias até a vitória. Contudo, os palmarinos continuaram a resistência por meio de ataques surpresa, saques e libertação de escravos. Mesmo com a morte de seu líder, Zumbi, o povo de palmares lutou até 1716.
Enquanto palmares existiu, os quilombolas garantiam a sobrevivência pela agricultura, caça e colheita de frutos. Também se produzia artesanato com palha de palmeira, tecidos, cerâmica e metalurgia.
O Quilombo de Palmares também é conhecido como “Esparta Negra”. Até hoje a história de Palmares é lembrada por muitos como uma luta pela igualdade.
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