CONHEÇA O POUCO DA QUADRILHA JUNINA
Festas Juninas pelo Brasil33 fotos
9.jun.2013
- Integrantes do grupo Rosa dos Ventos dançam durante o 18° Festival de
Quadrilhas Juninas, realizado em Caruaru (PE) Leia mais Fernando Da Hora/LeiaJáImagens/Estadão Conteúdo
Poucas datas simbolizam tanto a cultura brasileira e suas origens como
as festa juninas. Porém, assim como o Carnaval, suas raízes estão em
outros países e locais do mundo. Em países como Suécia e Polônia, por
exemplo, há o costume de dançar ao redor de fogueiras e comendo quitutes
em países como Suécia e Polônia. Num movimento de influências e
adaptações, de Norte a Sul do Brasil a festança foi ganhando novas
características e tradições.
Se engana quem pensa que a festa junina leva esse nome por ser
realizada no mês de junho. Uma explicação bem aceita, segundo o livro
"Festa Junina – origens, tradições e história", de Lúcia Helena Rangel, é
de que seria uma homenagem a São João, com as festas "joaninas". As
origens das comemorações são incertas, mas um marco histórico foi a
consolidação do calendário cristão ocidental, no século 4. Três dos
principais santos católicos passaram a ser reverenciados no mês de
junho: Santo Antônio (13), São João (24) e São Paulo (29), datas
principais das festas.
No balancê da quadrilha
Relembre os passos da dança tradicional
Com a colonização dos portugueses e, sobretudo, com a vida da família
real para o Brasil, no início do século 19, a Festa Junina passou a ser
comemorada religiosamente por aqui. A afirmação dessa identidade com
contornos locais teve contribuição decisiva das escolas – até hoje é
tradição os arraiás de colégios, que mantém a prática e sua história. E
essa história é marcada por contribuições de vários países, não só
Portugal.
Festa junina que se preze tem uma boa quadrilha. Homens e mulheres se
separam em blocos, com coreografias que se alternam com comandos como
"olha a chuva!", "caminho da roça" e "anarriê". Segundo a Biblioteca
Virtual do Estado de São Paulo, a curiosa corruptela de "en arrière"
indica a volta à posição inicial e a origem francesa do termo e da
própria dança – a "quadrille" francesa nasceu no século 19 entre a
aristocracia europeia, a partir da popularidade da "contredanse".
No Brasil, a contradança passou a contar com muitos pares e recebeu
elementos rurais, como as roupas quadriculadas e o chapéu de palha,
muito comum em Minas Gerais e Goiás. O ritmo também ganhou novos tons
com nossas influências locais e africanas, como o tambor de criola, o
forró, o xote e o baião.
Arraiás pelo mundo
Tradição portuguesa, quadrilha francesa, fogos e papéis picados da
Ásia. A cultura de diversos países está presente em nossas festas, que
também não são exclusividade nossa.
Em países do hemisfério Norte, o mês de junho marca o solstício de
verão, celebração de origem pagã e momento de receber a energia do sol e
agradecer pelas colheitas que virão.
Mais festas juninas
Eventos em 6 cidades têm atrações infantis
Passo a passo ensina a virar caipira
Looks da festa não precisam ser fantasias
Umas das mais famosas festas acontecem na Suécia, de 20 a 26 de junho,
com cantos entoados ao redor de fogueiras e alimentos típicos e da
estação, como a batata e o morango. Na Polônia, o dia 23 é ideal para
usar fantasias, como as de pirata. Em Portugal, a Festa de São João tem
tanta importância quanto no Brasil. Em cidades como Porto milhares de
pessoas festejam por ruas animadas e enfeitadas.
A festa
"Fagulhas, pontas de agulhas, brilham estrelas de São João. Babados,
xotes e xaxados, segura as pontas, meu coração." Além da alegria, como
na música de Abel Silva, alguns elementos são indispensáveis para que
uma comemoração realmente seja chamada de festa junina.
Arraial: No interior de Minas Gerais é comum festas em fazendas
com grande área de terra batida, na qual são montadas barraquinhas, área
para as quadrilhas e brincadeiras. Nas cidades, o importante é decorar
bem o local, com bandeirinhas coloridas, e aproveitar bem a área para os
demais elementos, seja num colégio, clube, parque ou rua.
Fogueira:
A tradição diz que sua origem está na origem do
cristianismo: Prestes a dar à luz a João Batista, Isabel precisava pedir
ajuda a sua prima, Maria, fazendo para isso uma grande fogueira. Nas
festas Brasil a fora elas podem chegar a mais de 10 metros. O calor
serve tanto para esquentar o corpo contra o frio da época quanto para
assar alimentos como inhame, pinhão e milho.
Pau de sebo:
O competidor deve escalar o escorregadio
pau-de-sebo para ganhar as prendas e o dinheiro colocados no alto do
tronco, o que exige muita habilidade.
Quadrilha:
É possível entender os comandos na hora, mas as
grandes festas exigem muito ensaio para a coreografia sair bem feita.
Algumas quadrilhas chegam a contar com mais de 100 casais.
Onde encontrar
Culinária típica inspira pratos no Rio de Janeiro
Em Curitiba, cupcake de pinhão é destaque
Bolo de milho pode ser encontrado em SP
Mastro:
a altura ideal é de 5 a 6 metros. O topo deve trazer a
bandeira do santo padroeiro da festa e pode ter enfeites de frutas e
fitas.
Casamento: A união pode ser de brincadeira, mas o organização é
séria. Padre, padrinhos e madrinhas, noivos, convidados, anel e buquê
são obrigatórios. Feito em homenagem a Santo Antônio, o "santo
casamenteiro", também é comum que sejam realizados em seu dia, 13 de
junho, casamentos coletivos (de verdade) em cartórios e igrejas de todo o
mundo.
Quitutes: Elemento indispensável são os quitutes. No Brasil eles
são os mais diversos, como a canjica, cachorro-quente, pé-de-moloque,
pamonha, arroz-doce, pinhão e pipoca. Entre as bebidas, as mais famosas
são o quentão e o vinho-quente. Cada estado também acrescenta parte de
sua culinária típica, como as tapiocas no nordeste, o churrasco no Rio
Grande do Sul e o feijão-tropeiro em Minas Gerais (onde a cachaça também
é muito valorizada).
Os arraiás também podem contar com as mais diferentes atrações, como a
barraca-do-beijo, tiro-ao-alvo, e o braseiro no chão – deve ser
atravessado descanso, com a promessa de "quem tem fé não queima o pé".
Os balões também são muito relacionados às festas juninas, porém só
aqueles que não têm fogo em seu anterior (esses são proibidos por lei).
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