Escritor nordestino traz literatura de cordel para Feira do Livro
PROJETO A COR DA CULTURA VALORIZANDO A CULTURA MUNDIAL
Texto por Bruna Brabo, repórter experimental Estácio FAP / Rede Cultura de Comunicação
Foto: Erlon D´Carmo
Literatura de Cordel é um dos estandes que traz uma das manifestações
mais antigas e populares do Brasil. Produção constituída de versos e
xilogravura, arte feita em talha de madeira que depois de entintada é
passada para o papel. O nordestino Abraão Batista, 78 anos, professor de
biofísica aposentado, trouxe de Juazeiro, no Ceará, mais de 200 títulos
de cordéis para a XVII Feira Pan- Amazônica de Livro.
Além de expor suas obras, Abraão aproveita para observar a realidade e
construir mais cordéis. Quem passa pelo estande pode observar que o
expositor está produzindo um novo conto, ‘Gabri: a menina mais zangada
da Terra’ que é baseada numa conversa que teve como uma visitante da
Feira, que fez a comparação de sua filha com uma das obras mais
conhecidas do cordelista, “Seu Lunga”, que fala de homem zangado.
“O cordelista é um contador de histórias que também registra fatos do
dia-a-dia, e se houver algo que nos chame a atenção, poderá virar uma
história,” explica Abraão. O expositor diz que a expressão ‘cordel’ era
desconhecida até os anos 60, mas que desde a época das cavernas o homem
já reproduzia cordéis quando fazia suas pinturas rupestres.
Foi em 1969 que o nordestino Abraão descobriu seu talento para produção
de contos e de xilogravuras. “O cordel é minha existência, estou
investindo nisso, pois representa mais do que um hobby. É uma arte na
minha vida,” conta.
“Gosto de todas as literaturas populares. É preciso valorizar essa
cultura, além de ser importante para o registro da história brasileira.
Por um preço ainda super acessível.”, disse Gabriela Gomes, pedagoga.
Quem visita a área de literatura infantil, encontra o estande com
diversos títulos de cordéis vendidos a preços que variam entre R$1,00 e
R$2,00, além de poder conhecer o autor dos contos. “Esta é minha segunda
vez na Feira do Livro. Gosto de vir ao Pará, pois há uma venda
excelente, e vejo que o povo paraense valoriza a leitura de histórias
populares. ”ressalta Abraão.
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