Ministra Luiza Bairros destaca força da mulher negra na abertura do Festival Latinidades
PROJETO A COR DA CULTURA DA 12ª REGIONAL DE ITABAIANA PARAIBA DIVULGA CONTEÚDO DO FESTIVAL CULTURAL
Data: 22/07/2013
Chefe da SEPPIR falou sobre a
capacidade que a mulher negra tem de criar novos rumos para a população
negra e lembrou o caráter político do Festival considerado o maior do
país
Festival prossegue até o dia 27 de julho
com diversas atividades alusivass ao Dia Internacional da Mulher
Afro-Latino-Americana e Caribenha
“Mesmo a partir da desvantagem social, tivemos e
temos as condições para criar rumos novos para nossas vidas. E, ao
fazê-lo, criamos rumos novos também para o conjunto da comunidade negra,
para o conjunto da população negra”. A declaração é da ministra Luiza
Bairros (Igualdade Racial), feita na abertura do Latinidades - Festival
da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha hoje (22/07) pela manhã.
Em
sua fala sobre a presença da mulher negra na sociedade brasileira, a
ministra cumprimentou as organizadoras do evento, principalmente pela
coragem e pela oportunidade de celebrar o talento e a contribuição das
mulheres negras para o Brasil e para toda a região”. Considerado o maior
festival com esse perfil no país, o Latinidades é desenvolvido pela
Griô Produções e conta, entre outros, com o apoio da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
Nesta sexta
edição, o projeto que marca o 25 de Julho - Dia Internacional da Mulher
Afro-Latino-Americana e Caribenha, presta homenagem à escritora mineira
Conceição Evaristo. “A data é uma inserção recente, porém o mais
impressionante é como ela foi capaz de produzir uma repercussão tão
grande no continente como um todo e, no Brasil, mais especificamente”,
afirmou a chefe da SEPPIR, destacando a grande quantidade de atividades
realizadas em todo o país para fazer do 25 de Julho o dia em que se
celebra a presença da mulher negra na África e na Diáspora.
Este
ano, as atividades do Latinidades acontecem entre os dias 19 e 27 de
julho, em dois espaços: Funarte e Complexo Cultural da República,
recebendo artistas brasileiras, da Colômbia, Cuba, Estados Unidos e
Nigéria. A SEPPIR, por meio da Secretaria de Políticas de Comunidades
Tradicionais (Secomt) organizou duas atividades que integram a
programação do evento. Ambas acontecem no auditório 02 do Museu da
República.
Caráter político
“Vocês estão
falando de cultura e quando a gente fala de cultura, dificilmente se
lembra de que as nossas formas de fazer política são culturais também.
Então, acho que isso faz parte desse acervo cultural que a gente vem
implementando na região como um todo, e nesse sentido, o Latinidades é
um manifesto político”, declarou Bairros.
A ministra analisou
também a condição da mulher negra no contexto atual, considerando o
progresso e o processo de inclusão experimentado pelo Brasil na última
década. “A mulher negra e, mais particularmente a mulher negra jovem,
continua sendo parte daquilo que chamo de paradoxo do desenvolvimento no
Brasil, porque foi o setor, o segmento da população que soube melhor se
aproveitar de todas as oportunidades que foram criadas nos últimos
anos”, disse, atribuindo a conclusão à maioria dos analistas da história
mais recente do país.
“Apesar dos avanços, as mulheres negras
continuam sendo parte das estatísticas do segmento com mais
desvantagens”, disse ainda a ministra, afirmando que “ao mesmo tempo em
que os efeitos negativos do racismo se manifestam mais diretamente sobre
a nossa qualidade de vida, por um lado, por outro lado também é o setor
mais bem aparelhado da população negra para vencer os obstáculos
colocados pelo racismo”. Para ela, essa contradição confere à luta das
mulheres negras a importância que ela tem para a superação do racismo no
Brasil.
Programação
Na terça-feira, 23, a
mesa ‘O Poder Feminino nas Matrizes Africanas’, vai discutir o tema:
Bantu, iorubá, fon: ancestralidade negro-feminina nas matrizes africanas
e a perpetuação da força na cultura - Bases para a construção e
renovação de saberes, patrimônios e diálogos. Participam Regina
Nogueira Makota Mulanji (Banto), Vilma Piedade (Ioruba), Jandira Santana
(Fon), sob a mediação de Daniela Luciana, do Coletivo Pretas Candangas.
Já na sexta-feira, 26, às 10h, Bárbara Oliveira, diretora de
Programas da Secomt participa da mesa ‘Quilombo das Américas’, sobre
projeto de mesmo nome, realizado pela secretaria e parceiros, com vistas
à construção de uma rede de articulação de políticas públicas para as
comunidades afro-rurais do Brasil, Equador, Colômbia e Panamá. Além da
busca pela soberania alimentar e a ampliação do acesso aos direitos
econômicos, sociais e culturais nestas comunidades.
Participam
também Maria Rosalina dos Santos da Coordenação Nacional das Comunidades
Quilombolas (Conaq) e Tatiana Silva, do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). A mediação será de Paula Balduino, do Coletivo Pretas
Candangas.
Tema - O tema do Latinidades, Arte e
Cultura Negra – Memória Afrodescendente e Políticas Públicas, foi
escolhido, de acordo com a organização do festival, a partir do
entendimento de que a sociedade e o estado brasileiro têm uma grande
dívida histórica com relação ao fortalecimento e valorização da cultura
negra e suas manifestações artísticas.
O Latinidades desenvolve
ações de formação, capacitação, empreendedorismo, economia criativa,
cultura e comunicação. Até hoje, na Funarte, foram realizadas oficinas
de dança, percussão e penteado, lançamentos literários, exposição
fotográfica, música e teatro. A partir desta data, as atividades
concentram debates, palestras, oficinas, roda de capoeira e shows, no
Museu da República.
Toda a programação é gratuita. Para a participação em palestras, debates e oficinas, devem ser feitas inscrições na página www.afrolatinas.com.br
Resultados -
O resultado das experiências e falas de especialistas nacionais e
internacionais que participam do festival desde o início é consolidado
em uma publicação-referência, disponível para download gratuito no
espaço Afrodigital.
Informações:
Coordenação de Comunicação da SEPPIR
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