Lei Áurea
Lei Áurea |
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Assinantes: | Dona Isabel e Rodrigo Augusto da Silva |
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Monarca: | Dona Isabel (princesa imperial regente em nome de Dom Pedro II) |
Autor: | Rodrigo Augusto da Silva.1 nota 1 |
Data: | 13 de maio de 1888 (125 anos) |
Precedida por: | Lei Eusébio de Queirós (1850), Lei do Ventre Livre (1871) e Lei dos Sexagenários (1885) |
A Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353), sancionada em 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil. Foi precedida pela lei n.º 2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de 1871, que libertou todas as crianças nascidas de pais escravos, e pela lei n.º 3.270 (Lei Saraiva-Cotegipe), de 28 de setembro de 1885, que regulava "a extinção gradual do elemento servil".
Num domingo, a 13 de maio de 1888, dia comemorativo do nascimento de D. João VI, foi assinada por sua bisneta a Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, e pelo ministro da Agricultura da época, conselheiro Rodrigo Augusto da Silva
a lei que aboliu a escravatura no Brasil. O Conselheiro Rodrigo Augusto
da Silva fazia parte do Gabinete de Ministros presidido por João Alfredo Correia de Oliveira, do Partido Conservador
e chamado de "Gabinete de 10 de março". Dona Isabel sancionou a Lei
Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador D. Pedro II do Brasil em viagem ao exterior.
O projeto de lei que extinguia a escravidão no Brasil foi apresentado à Câmara Geral, atual Câmara do Deputados,
pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva, no dia 8 de maio de 1888. Foi
votado e aprovado nos dias 9 e 10 de maio de 1888, na Câmara Geral.2
A Lei Áurea foi apresentada formalmente ao Senado Imperial
pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva no dia 11 de maio. Foi debatida
nas sessões dos dias 11, 12 e 13 de maio. Foi votada e aprovada, em
primeira votação no dia 12 de maio. Foi votada e aprovada em definitivo,
um pouco antes das treze horas, no dia 13 de maio de 1888, e, no mesmo
dia, levado à sanção da Princesa Regente.3
Foi assinada no Paço Imperial por Dona Isabel e pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva às três horas da tarde do dia 13 de maio de 1888.4
O processo de abolição da escravatura no Brasil foi gradual e começou com a Lei Eusébio de Queirós de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888.5
O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura. O último país do mundo a abolir a escravidão foi a Mauritânia, somente em 9 de novembro de 1981, pelo decreto n.º 81.234.6
Índice
- 1 O significado do termo "Lei Áurea" e a data cívica de 13 de maio
- 2 A escravidão no Império do Brasil
- 3 A falta de mão-de-obra no sudeste do Brasil
- 4 Conjuntura política da época da abolição dos escravos
- 5 A polêmica sobre a abolição
- 6 O projeto de lei da Abolição no Parlamento
- 7 O texto da Lei Áurea
- 8 Consequências da Abolição
- 9 A questão da indenização dos fazendeiros
- 10 A Lei Áurea perante a historiografia
- 11 A pena dourada
- 12 Notas
- 13 Referências
- 14 Bibliografia
- 15 Ver também
- 16 Ligações externas
O significado do termo "Lei Áurea" e a data cívica de 13 de maio
A palavra Áurea, que vem do latim Aurum, é uma expressão de uso simbólico que significa "feito de ouro", brilhante, magnífico, nobre ou "de muito valor".7
O dia 13 de maio é considerado data cívica no Brasil. O decreto n.º
155 B, de 14 de janeiro de 1890, estabeleceu um feriado nacional em 13
de maio, declarando-o "Consagrado á commemoração da fraternidade dos Brasileiros". Este feriado existiu até 15 de dezembro de 1930, quando Getúlio Vargas o revogou através do decreto n.º 19.488.
A escravidão no Império do Brasil
Ver artigo principal: Escravidão no Brasil
A Constituição do Império, outorgada em 1824, não alterou a então política escravocrata.8 Nem a Carta Magna de 1824, nem qualquer outra lei da época contemplava o escravo como cidadão brasileiro para qualquer efeito na vida social, política ou pública.8 9
Apenas os "ingênuos" (filhos escravos nascidos livres) e os libertos
tinham alguns direitos políticos e poderiam ocupar determinados cargos
públicos.9 No seu artigo 92, a Constituição de 1824 diz:
""Artigo 92: São excluidos de votar nas Assembléas Parochiaes:
Alínea III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os
Guardalivros, e primeiros caixeiros das casas de commercio, os Criados
da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores
das fazendas ruraes, e fabricas."
Uma lei e um tratado internacional feitos no primeiro reinado e no período regencial proibindo o tráfego internacional de escravos não foram cumpridas.
Em 19 de maio de 1826, D. Pedro I do Brasil ratificou a convenção de 23 de novembro de 1825
entre Brasil e Inglaterra que declarava extinto o tráfico de escravos 3
anos após a troca das ratificações. Esta troca de ratificações ocorrem
em Londres em 17 de março de 1827, tornando ilegal o tráfico de escravos, portanto, a partir de 17 de março de 1830.10
A lei de 7 de novembro
de 1831, do período regencial, que declarava livres os escravos
importados da África, a partir daquela data, com duas exceções e
prevendo penas para o tráfico internacional de escravos:
""Art. 1.º. Todos os escravos, que entrarem no território ou
portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres. Excetuam-se: 1.º Os
escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a país,
onde a escravidão é permitida, enquanto empregados no serviço das mesmas
embarcações. 2.º Os que fugirem do território, ou embarcação
estrangeira, os quais serão entregues aos senhores que os reclamarem, e
reexportados para fora do Brasil. Art. 2.º Os importadores de escravos
no Brasil incorrerão na pena corporal do art. 179 do Código Criminal
imposta aos que reduzem à escravidão pessoas livres, e na multa de
200$000 por cabeça de cada um dos escravos importados.""
A lei de 27 de outubro de 1831, da época do período regencial revogou as cartas régias de D. João VI
que mandavam fazer guerra aos índios de São Paulo e de Minas Gerais que
frequentemente atacavam as fazendas, vilas e povoados daquelas
províncias. As cartas régias de D. João VI ordenavam que os índios
capturados, nestas guerras, seriam reduzidos à servidão. A carta régia de 13 de maio de 1808 falava de índios botocudos antropófagos que atacavam portugueses e índios mansos na região do vale do rio Doce em Minas Gerais. Esta lei de 1831 foi a última e definitiva lei revogando a escravidão indígena no Brasil.
Vários projetos sobre abolição de escravos foram apresentados já no primeiro reinado: José Clemente Pereira,
apresentou em 19 de maio de 1826, à Câmara Geral, um projeto abolindo a
escravatura a partir de 31 de dezembro de 1840. Em 18 de maio de 1830, o
deputado Antônio Ferreira França apresentou à Câmara Geral, um projeto
de abolição gradual que extinguiria a escravidão em 25 de março de 1881.
Em 8 de junho de 1831, o mesmo deputado apresentou outro projeto
declarando que o ventre não transmitia a escravidão.10
A Constituição da República Rio-Grandense, de 1843, por omissão, preservava a escravatura de modo semelhante a Constituição Imperial. Apesar disso, ao término da Guerra dos Farrapos, foi concedida a liberdade aos escravos que serviram nas fileiras republicanas, através do Tratado de Poncho Verde.11
O tráfico internacional de escravos foi abolido, em definitivo, em 1850, pela Lei Eusébio de Queirós.
A falta de mão-de-obra no sudeste do Brasil
Ver artigo principal: Imigração no Brasil
Ainda antes do movimento abolicionista ganhar força, o problema da falta de mão-de-obra, chamada, na época, de "falta de braços para a lavoura", já atrapalhava o crescimento de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Por este motivo ocorreram diversas tentativas de atrair mão-de-obra estrangeira por meio da imigração. Uma das primeiras tentativas ocorreu ainda no primeiro reinado, quando Dom Pedro I tentou instalar uma colônia alemã em São Paulo no ano de 1827, o que de fato ocorreu na vila de Santo Amaro (distrito de São Paulo), porém não com o sucesso esperado.12 Entre as autoridades que apoiaram a instalação da colônia alemã em Santo Amaro, estavam o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e o sargento-mor José da Silva de Carvalho, comandante de Santo Amaro e avô de Rodrigo Augusto da Silva. Esta colônia alemã custou uma fortuna aos cofres da província de São Paulo, o que quase levou à falência o governo provincial.13
Em São Paulo, a imigração alemã recebeu alguns ataques da população,
como demonstra o artigo escrito por um anônimo publicado no Farol Paulistano de 12 de julho de 1828:14
{{quote2|… não havemos de chorar amargamente a quantia de
1:400$000 reis (um conto e quatrocentos mil reis) para mais que
mensalmente sai dos cofres nacionais da Província para sustentar os
colonos? Não nos havemos de lembrar com dor que esse dinheiro é sangue
dos nossos concidadãos, e que se estes, por estas e outras ficarem
reduzidos a mendicidade hão de mandá-los a taboa, ao mesmo passo que se
importa gente estranha, (si vera est fama) facinorosa, com inauditos
sacrifícios, para colonizar um país que não precisa, senão que o deixem
prosperar, para crescer, para vir a ser uma nação formidável
Havemos de sofrer que o Sr. José Olinto de Carvalho, Governador da Praça de Santos, engane a Augusta pessoa de S.M. o Imperador, asseverando num oficio a Monsenhor Miranda, que os honrados povos desta Província estão animados dos mais louváveis sentimentos a favor da colonização estrangeira, quando pelo contrario os Paulistas, deploram se é que não detestam semelhante colonização?” |
— Um Patriota
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Outras tentativas foram feitas, incluindo as colônias de parceria
promovidas pelo senador Vergueiro, em 1847. Em 1879, o então ministro
das Relações Exteriores, conselheiro Antônio Moreira de Barros,
tentou promover a imigração de chineses para o Brasil, o que já havia
ocorrido em 1874, com a vinda de mais de mil trabalhadores chineses para
o Brasil.15 O ministro Antônio Moreira de Barros, era contra a abolição da escravatura sem uma nova fonte de mão-de-obra
para a lavoura e indenização aos fazendeiros. Moreira de Barros mudou
de idéia em 1888 quando passou a defender a abolição imediata.16 17 Em 1879, o Brasil enviou uma missão diplomática à China. Moreira de Barros obteve o apoio do influente visconde de Sinimbu, porém encontrou forte oposição do deputado Joaquim Nabuco, na Câmara Geral (atual Câmara dos Deputados), e, também, da Inglaterra e de Portugal, que temiam a imigração de chineses.18 19
Em 1883, foi fundada, no Rio de Janeiro, a Companhia Comércio e
Imigração Chinesa, que também não obteve sucesso por diversas razões,
incluindo a censura da Anti-Slavery Society de Londres.20 21
Havia duas formas de instalar os imigrantes. A primeira era
organizando colônias onde os imigrantes eram proprietários de terra, o
que ocorreu principalmente no sul do país, com clima mais semelhante ao
da Europa, dando origem a cidades com características europeias. A
segunda modalidade era instalar os imigrantes em fazendas de café, onde
trabalhavam como meieiros. Muitos desses imigrantes se tornaram depois
proprietários de terra e convidaram parentes que ficaram na Europa para
também virem para o Brasil.
Tanto o conselheiro Antônio Prado quanto Washington Luís,
presidente de São Paulo entre 1920 e 1924, não aceitavam os imigrantes
como desbravadores do sertão, assentando-os sempre em regiões já
povoadas, em fazendas já formadas, próximas aos centros de consumo, como
denota Washington Luís em sua mensagem à assembleia estadual paulista,
em 1922:
Pretender, nas extremas terras cobertas ainda de mata-virgem, que só o machado do nosso caboclo sabe desbastar, com homens de outros climas e afeiçoadas a outros hábitos, rompendo com tudo que o senso prático tem fundado, no decurso de anos, estabelecer uma nova organização agrícola não é descortino de estadista, senão sonho de visionário. O fracasso de tal inovação será fatal. |
— Washington Luís
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M. Paulo Filho no artigo “Centenário de Antônio Prado”,
publicado em livro homônimo, diz que em 1920, 32 anos após a abolição da
escravatura, ainda a “falta de braços para a lavoura” ainda era
problema angustiante. Tendo o Conselheiro Antônio Prado, veterano
produtor de café e especialista na questão do café, enviado uma
histórica carta ao candidato a presidente Dr. Nilo Peçanha sobre essa questão. Essa carta foi lida por Getúlio Vargas, em 1930, no lançamento de sua candidatura a presidente e incluída na “Plataforma da Aliança Liberal”.
O Conselheiro Antônio Prado também fundara, em 1920, uma sociedade
particular para introdução de trabalhadores agrícolas e fora negociar a
imigração na Europa.
Diz M. Paulo Filho: “Em 1920, a situação dos fazendeiros paulistas
era aflitiva pela escassez de colonos. Milhares de cafeeiros ficaram
abandonados. Do estrangeiro não chegavam os trabalhadores. Os que
permaneciam nas fazendas, tratavam de desertar. Iam estabelecer-se no
Noroeste de São Paulo. Os caboclos baianos
que surgiam das bandas de Pirapora eram insuficientes. Na maioria,
camaradas que se ofereciam para trabalhos temporários, como capina e
limpeza de cafezais.”
Na reunião do Conselho de Estado de 31 de maio de 1889, o conselheiro Lafaiete Rodrigues Pereira
faz uma síntese dos problemas criados pela introdução em massa de
imigrantes visando a substituição do trabalho escravo, com grandes
gastos para o Estado brasileiro, sem que, por outro lado, tenha sido
feito, pelo governo, investimentos na agricultura:
O corpo legislativo votou uma grande soma, enorme mesmo para o nosso orçamento, para a introdução e colocação de trabalhadores estrangeiros. Na execução deste pensamento o ministério houvesse com um descaso que toca às raias da inépcia: celebrou contratos a esmo e à ventura, omitindo as cautelas que a experiência nos tinha ensinado e violando a lei que marca o limite de tempo para tais contratos. As coisas a este respeito fizeram-se de uma maneira tão grossa que gerou-se no espírito público a suspeita que esses contratos foram realizados antes na intenção de favorecer os contratantes que no de atender aos interesses da nação. Não é só isso. O ministério não cuidou absolutamente de tomar medidas práticas e acertadas para a colocação dos imigrantes, parte a mais delicada do problema e da qual depende essencialmente o bom êxito deste importantíssimo serviço. Em consequência, os imigrantes, que começaram a chegar em grandes massas, se acumularam nas hospedarias do governo e nos pontos para onde foram introduzidos, e não tendo obtido emprego aí estão a refluir para as cidades do litoral, a esmolar pelas ruas e praças, regressando aos milhares para as suas pátrias, e levando a desilusão e um ressentimento profundo contra o país que não soube acolhê-los. Estes erros e desazos preparam-nos um desastre, economicamente talvez mais fecundo em males do que a própria abolição do elemento servil. A imigração era o remédio contra os efeitos da abolição. E a política do Ministério a este respeito, se não a matou, levantou em torno do assunto dificuldades que só tarde e com grandes e pesadíssimos sacrifícios poderão ser afinal vencidas. Da exposta série de erros, faltas e desazos resultou que a lavoura, a principal, senão a única fonte de nossa riqueza, continua abandonada, privada de recursos e entregue a um desânimo que ameaça degenerar em desespero. |
— Lafaiete Rodrigues Pereira
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Em São Paulo, Antônio da Silva Prado e o então deputado Rodrigo
Augusto da Silva tomaram a dianteira na promoção da imigração europeia.23
Antônio da Silva Prado foi nomeado Inspetor especial de terras e
colonização da Província de São Paulo em 1878, e, no mesmo ano, Rodrigo
Augusto da Silva foi presidente da Associação Auxiliadora do Progresso
da Província.24
Ambos eram contra a abolição da escravatura enquanto não houvesse
mão-de-obra para a lavoura e representavam o movimento imigrantista, e
não abolicionista. Em 1885, foi fundada em São Paulo a Sociedade
Brasileira de Imigração, dirigida pelos cafeicultores Rafael de Aguiar
Pais de Barros, Martinho Prado Júnior,
Conselheiro Antônio Prado e Nicolau de Sousa Queiroz, outras sociedades
foram fundadas no mesmo ano como a Sociedade Taubateana de Imigração,
filial da Sociedade Central de Imigração.25
Conjuntura política da época da abolição dos escravos
Ver artigo principal: Abolicionismo no Brasil
O projeto da Lei Áurea foi decorrência de pressões internas e externas: Em 1888, o movimento abolicionista já possuía uma grande força e apoio popular no país e já havia conseguido a aprovação da Lei Eusébio de Queirós, a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários.
O número de escravos havia diminuído muito, nas décadas anteriores à abolição da escravatura, devido à abolição do tráfico de escravos, em 1850, pela Lei Eusébio de Queirós, às frequentes epidemias de varíola ocorridas no século XIX, à Guerra do Paraguai
onde muitos escravos morreram ou foram libertos, à Lei do Ventre Livre,
de 28 de Setembro de 1871, que libertou todas as crianças, filhas de
escravos, nascidas a partir daquela lei, os chamados "ingênuos", e que
previa indenização aos fazendeiros, o que não foi cumprido.
Também houve redução do número de escravos devido à Lei dos Sexagenários, de autoria de Rui Barbosa,
que libertou, em 1885, todos os negros maiores de 65 anos de idade e
que estabeleceu que os escravos maiores de 60 anos e menores de 65
estariam livres mas sujeitos a prestação de serviços por 3 anos, devido à
abolição da escravidão, em 1886, no Ceará e no Amazonas e devido às muitas cartas de alforria dadas por proprietários de escravos.
Assim, na primeira matrícula de escravos encerrada em 1872, havia
sido registrados 1.600.000 escravos e na última matrícula geral de
escravos encerrada em 30 de março de 1887, havia somente 720.000, uma
queda de mais de 50% no total de escravos, em 15 anos.27
Havia muita insegurança por parte dos fazendeiros, tendo, na reunião do Conselho de Estado22 , de 27 de agosto de 1885, o conselheiro Paulino José Soares de Sousa assim se expressado:
Os produtores deste país vivem na incerteza do dia de amanhã, não sabem com que elementos de trabalhos contém, nem até onde ser-lhes restringido o direito de uma propriedade, de que dimana a riqueza única do Brasil, consideram-se desprotegidos dos poderes públicos, precisam, antes de tudo, ter uma lei em que vivam para voltarem à segurança de ânimo indispensável a quem trabalha. |
— Paulino José Soares de Sousa
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Ocorriam, também, frequentes fugas de negros e de mulatos das fazendas, ocasionando prejuízos enormes aos fazendeiros, e o exército já se recusava, nos últimos anos da escravidão, a fazer o papel de capitão do mato, ou seja: capturar e devolver os escravos a seus donos. Os Caifases, liderados por Antônio Bento, que promoviam a fuga dos escravos, perseguiam os capitães-de-mato e ameaçavam os senhores escravistas.28 A polícia de São Paulo, nos últimos anos da escravidão, também não mais recapturava escravos fugidos.
Essas fugas de escravos das fazendas aumentaram muito, a partir de
1886, quando foram proibidos, pela Câmara Geral, a pena de açoite nos
escravos. Os escravos, passaram, então, a fugir das fazendas sem o medo
de, se recapturados, serem açoitados. A lei n.º 3.310, de 15 de outubro
de 1886, revogou o artigo n.º 60 do Código Criminal do Império, de 16 de
dezembro de 1830, e revogou também a lei n.º 4, de 10 de junho de 1835,
na parte em que impõem a pena de açoites, e determinou que: “ao réu
escravo serão impostas as mesmas penas decretadas pelo Código Criminal e
mais legislação em vigor para outros quaisquer delinquentes”.
Era permitido, pelo artigo 14 do Código Criminal do Império, apenas
castigos moderados aos escravos, castigos estes que passaram a ser
proibidos pela citada lei n.º 3.310 de 1886:
"Art. 14. Será o crime justificável, e não terá lugar a
punição dele: (...) 6.º Quando o mal consistir no castigo moderado, que
os pais derem a seus filhos, os senhores a seus escravos, e os mestres a
seus discípulos; ou desse castigo resultar, uma vez que a qualidade
dele, não seja contraria às Leis em vigor."29
Além disso, estava se tornando, para os grandes fazendeiros
produtores de café, economicamente inviável manter o trabalho escravo,
em face da concorrência da mão-de-obra fornecida pelos imigrantes
europeus, barata e abundante, em contraste com os altos preços dos
escravos, estes, cada vez mais raros. Essa vinda de mão-de-obra europeia
para o Brasil deveu-se à iniciativa do Senador Vergueiro e aos Conselheiros Rodrigo Augusto da Silva e Antônio da Silva Prado,30
que conseguiu fundos do governo paulista para as colônias de imigrantes
europeus e que, quando ministro da Agricultura em 1885 no Gabinete do barão de Cotejipe
e em 1888 no Gabinete João Alfredo, incentivou a imigração e criou
várias colônias de imigrantes, entendendo o Conselheiro Antônio Prado
que a imigração era o único meio de substituir o trabalho escravo quando
se realizasse a abolição da escravatura.31
Todos esses fatores conjugados e também os ataques e furtos constantes dos negros, muitos deles refugiados em quilombos, às propriedades agrícolas, como mostrou Joaquim Manuel de Macedo em seu livro: As Vítimas-Algozes,
tornavam inviável a manutenção da escravidão no Brasil. Macedo
denunciou a cumplicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais,
chamados de Venda, na receptação dos bens furtados, nas fazendas, pelos escravos e quilombolas:
A "Venda" não dorme: às horas mortas da noite vêm os quilombolas, os escravos fugidos e acoutados nas florestas, trazer o tributo de suas depredações nas roças vizinhas ou distantes ao vendelhão que apura nelas segunda colheita do que não semeou, e, que tem, sempre de reserva, para os quilombolas, recursos de alimentação de que eles não podem prescindir, e também, não raras vezes, a pólvora e o chumbo para resistência no caso de ataques aos quilombos. |
— Joaquim Manuel de Macedo
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A polêmica sobre a abolição
Foi somente nos últimos anos da escravidão no Brasil que jornalistas,
profissionais liberais e outros grupos não ligados à agricultura
lançaram a tese da "Abolição sem indenização". Desde os primeiros
debates, no parlamento brasileiro, sobre leis abolicionistas, como a
Lei do Ventre Livre, em 1871, sempre era colocado a questão da
indenização dos fazendeiros e de como esta indenização se daria.
Durante o longo processo de discussão das leis abolicionistas, a opinião pública e a classe política se dividiram entre os que eram totalmente favoráveis à abolição, os que eram contrários e um terceiro grupo intermediário que queria uma "abolição gradativa" para não haver uma imediata crise na lavoura por falta de mão-de-obra, chamada, na época, de "falta de braços para a lavoura"
e para evitar grandes prejuízos para os fazendeiros. Esta última
posição era defendida, entre outros, pelo deputado geral cearense,
jornalista e escritor, José de Alencar,
que assim se expressou, na seção da Câmara Geral em 13 de julho de
1871, como representante da ala do Partido Conservador que estava contra
o projeto da Lei do Ventre Livre,32 do gabinete do visconde do Rio Branco:
Apresentei um projeto (de lei) em que coligi algumas medidas (abolicionistas) indiretas, de uma aplicação mais suave e, entretanto, de resultados mais eficazes. Esse projeto também passou despercebido....Nos relatórios que leu (o ministro) acha-se o pensamento que todos partilhamos que ressumbra do País inteiro; de extinguir pelo esforço comum, unânime e espontâneo da sociedade este mal que herdamos dos nossos antepassados.... Mas entre essa extinção plácida e natural e a extinção violenta por meios diretos como pretende o governo, há um abismo....Os retrógrados sois vós que pretendeis recuar o progresso do País, ferindo-o no coração, matando a sua primeira indústria, a lavoura. |
— José de Alencar
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Joaquim Nabuco na sua obra "Um Estadista do Império", relata que, no Conselho de Estado, o abolicionismo entrou na pauta das discussões, pela primeira vez, nas sessões de 2 e 9 de abril de 1867, tendo o conselheiro Marquês de Olinda
advertido sobre as dificuldades que decorreriam da abolição e que as
ideias abolicionistas vinham de países que não tinham trabalho escravo:
Quando deve ter lugar a abolição?...quando o número de escravos se achar tão reduzido em consequencia das alforrias e do curso natural das que mortes que se possa executar este ato sem maior abalo na agricultura...Eu tremo com a publicação destes projetos, os quais, só por si, são capazes de fazer acumular matérias que causem um tremendo terremoto na sociedade...Serviço de ingênuos até 20 ou 16 anos? Impostos para o resgate? Os publicistas e homens de estado da Europa não concebem a situação dos países que têm escravidão. Para cá não servem suas ideias! |
— Marquês de Olinda
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A Igreja Católica
Através do arcebispo Dom José Pereira da Silva Barros, capelão-mor de Dom Pedro II, conhecido como o “bispo abolicionista”, a Igreja Católica passou a ser um dos elementos centrais que levaram à abolição da escravatura.33 34 Em 1887, Dom José que foi abolicionista declarado a décadas e camareiro secreto dos Papas Pio XI e Leão XIII, anunciou que a abolição da escravidão no Brasil seria um bom presente ao Papa.35 Depois deste anúncio, a Igreja Católica que evitava intervir em assuntos políticos desde a expulsão dos Jesuítas, excetuando-se seu envolvimento na questão religiosa,
passou a defender publicamente o fim da escravidão. Dom José Pereira
foi seguido na causa abolicionista pelos Arcebispos da Bahia e de São
Paulo. Pela sua luta a favor da abolição foi uma das poucas figuras
homenageadas publicamente por Dom Pedro II e por Dona Isabel, recebendo o
título de Conde de Santo Agostinho, o qual não teve dinheiro para retirar, segundo ele, por ser um homem pobre.36 Dom José ficou conhecido em sua cidade natal por ter doado toda a fortuna herdada de sua família para a caridade.
Rodrigo Augusto da Silva, em sua defesa da Lei Áurea na Câmara Geral,
citou a Igreja Católica como uma das razões da abolição da escravatura.37
O projeto de lei da Abolição no Parlamento
O primeiro projeto de lei visando à libertação dos escravos no Brasil
foi feito, em 1884, pelo gabinete ministerial presidido pelo
Conselheiro Manuel Pinto de Sousa Dantas, e foi rejeitado pela Câmara Geral.
A Lei Áurea nasceu de um projeto de lei apresentado, por Rodrigo
Augusto da Silva, ministro da agricultura do Gabinete ministerial
presidido por João Alfredo Correia de Oliveira, à Câmara Geral, atual Câmara dos Deputados, em 8 de maio de 1888. Esse projeto de lei, segundo publicações do Senado Federal, era de autoria do próprio ministro da Agricultura.1 Outras fontes mencionam o Conselheiro Antônio da Silva Prado,
(ministro da agricultura do Gabinete João Alfredo e que se afastara do
cargo por motivo de saúde, passando a pasta da agricultura para Rodrigo
Augusto da Silva), Ferreira Viana
e o presidente do Conselho de Ministros João Alfredo Correia de
Oliveira como colaboradores ou redatores da lei. Todos tiveram parte
importante na elaboração do projeto de lei de abolição da escravatura,
juntamente com Dona Isabel.
Na versão do historiador Pedro Calmon,38
o Conselheiro Antônio Prado, que se encontrava em São Paulo, elaborou e
enviou ao Presidente do Conselho de Ministros João Alfredo, através de
seu cunhado, Elias Chaves, em 20 de abril de 1888, um projeto de lei
longo, sugerindo porém que se aproveitasse apenas o seu primeiro artigo
("Fica abolida a escravidão no Brasil") para que não acontecesse que um texto extenso causasse longas discussões no parlamento. Acrescenta o historiador Tobias Monteiro
que o segundo artigo do projeto de lei proposto pelo Conselheiro
Antônio Prado obrigava os libertos a trabalharem para seus antigos
senhores, mediante paga, e a residirem durante dois anos onde se
achassem na data da abolição.39 Pouco após a abolição dos escravos, o Conselheiro Antônio Prado retornou ao ministério da agricultura.
O projeto foi apresentado no Parlamento pelo então Ministro da
Agricultura e interino das Relações Exteriores, Rodrigo Augusto da
Silva, em 8 de maio de 1888, e segundo o Ministro: de ordem, de sua Alteza a Princesa Imperial.40
Uma longa discussão ocorreu no parlamento no dia 9 de maio de 1888.
Rodrigo Augusto da Silva recebeu fortes ataques dos deputados Pedro
Luiz, Andrade Figueira, Bezamat e Alfredo Chaves.
O projeto de lei foi debatido, votado e aprovado, na Câmara Geral, em
tempo recorde: em apenas duas seções na Câmara Geral, nos dias 9 e 10
de maio de 1888.
Rodrigo Augusto da Silva contou com a ajuda do deputado geral Joaquim
Nabuco no debate com os deputados escravocratas. A oposição
escravagista não teve sucesso. O projeto de lei que abolia a escravidão
negra no Brasil, foi aprovado com expressiva votação favorável na Câmara
Geral. Entre os deputados que aprovaram a Lei Áurea estavam os futuros
presidentes da república: Rodrigues Alves e Afonso Pena.
A primeira votação da Lei Áurea ocorreu no mesmo dia: 9 de maio, em seção presidida por Henrique Pereira de Lucena, barão de Lucena. 83 deputados gerais foram favoráveis à aprovação e apenas 9 deputados gerais: barão de Araçaji,
Bulhões Carvalho, Castrioto, Pedro Luís, Bezamat, Alfredo Chaves,
Lacerda Werneck, Andrade Figueira e Cunha Leitão, votaram contra a Lei
Áurea na Câmara Geral. O barão de Cotejipe votou contra a Lei Áurea, no
Senado do Império. A votação em segundo turno, na Câmara Geral, no dia
10 de maio, foi feita por aclamação, sendo aprovado, em definitivo, na
Câmara Geral, a Lei Áurea. Em seguida, o projeto de abolição da
escravatura, foi enviado ao Senado do Império.
O projeto de lei da Abolição na Câmara Geral
Ao chegar à Câmara Geral, o barão de Lucena anunciou que o Ministro da Agricultura estava na ante-sala. Em meio a uma "atmosfera fortemente eletrizada", o presidente "o faz se introduzir no recinto e sentar-se ao lado direito, de onde lê apenas o seguinte":41
Augustos e Digníssimos Senhores Representantes da Nação – Venho, de ordem de Sua Alteza Imperial, Regente em nome de sua Majestade o Imperador, apresentar-vos a seguinte proposta: Art. 1.º É declarada extincta a escravidão no Brazil. Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário. Palácio do Rio de Janeiro, 8 de Maio de 1888. Rodrigo A. da Silva |
— Rodrigo A. da Silva
|
Rodrigo Augusto da Silva: Vejamos agora, senhores, o que se
passou do lado oposto, e como elementos se desencadeavam contra a
manutenção da escravidão, tornando impossível e impraticável a
resistência, tal como a deve empregar a autoridade publica. Não havia um
só órgão respeitável, desses que formam o sentimento de um povo e a
opinião de uma nação, que não estivesse empenhado na grande cruzada.
Recordarei a intervenção de alguns, contra os quais a ação do governo,
si não era inútil era ineficaz. O episcopado com a sua palavra santa.. Rodrigo A. da Silva ainda mencionou a mocidade das academias como influencia.42
Rodrigo A. da Silva: E, Sr. Presidente, o que e mais
extraordinário ainda, e que os próprios interessados na manutenção da
propriedade escrava, davam diariamente exemplos os mais admiráveis de
abnegação, libertando os seus escravos incondicionalmente.42
Rodrigo A. da Silva: Não venho também fazer praça do abolicionismo…37
Joaquim Nabuco: Vossa Excelência representa a tradição de Eusébio de Queiroz.43 (Rodrigo A. da Silva era o herdeiro político e genro de Eusébio de Queiroz, autor da lei que proibiu o trafico negreiro.)
O ministro Rodrigo Augusto da Silva recebeu fortes críticas:
O deputado geral Andrade Figueira lembrou a necessidade de amparar os agricultores:
Andrade Figueira: O que fizeram as nações europeias que
tiveram escravos em suas colônias quando resolveram emancipá-los? Além
da indenização votada, procuraram fundar estabelecimentos de crédito que
proporcionassem aos lavradores o capital suplementar sem o qual a
transformação não é possível. Se hoje o escravo representa para o
proprietário, não só o braço, mas também o capital - capital flutuante-,
porque lhe custou dinheiro, aniquilando este duplo elemento de
produção, qual é o capital disponível, que resta á grande maioria de
nossos lavradores, para assalariar o trabalho livre? Quais são os
estabelecimentos de crédito criados para vir-lhes em auxílio?.44
Andrade Figueira acusou também o Gabinete de 10 de Março de ser
conivente com a fuga de escravos, combinando com o governo de São Paulo a
não deixar a polícia paulista recapturar os escravos fugidos, o que
teria levado a ocorrerem fugas em massa, violência e a necessidade de os
proprietários de escravos paulistas a libertarem seus escravos para
evitar mais violência:
Andrade Figueira: Os escravos fugiram em massa,
prejudicando não só os grandes interesses econômicos, mas também
interesses de segurança pública: houve mortes, houve ferimentos, houve
invasão de localidades, houve o terror derramado por todas as famílias, e
aquela importante província durante muitos meses permaneceu no terror
mais aflitivo. Felizmente os proprietários de São Paulo, compreenderam
que, diante da inação da Força Pública, melhor seria capitularem perante
a desordem, e deram liberdade aos escravos.45
O ministro Rodrigo da Silva respondeu às críticas e finalizou a defesa da lei com as seguintes palavras:
Rodrigo A. da Silva: Quaisquer que sejam os horrores das
minhas contradições, quaisquer que sejam as injustiças e dureza dos
conceitos de que tenho sido alvo, dou tudo por bem compensado com o que
fiz por esta causa e hoje a causa do regojizo geral da nossa pátria.
Aceitei a posição de ministro em condições as mais excepcionais; dela me
advieram todos os dissabores, preocupações e sacrifícios que a política
impõe bastar-me a esta convicção, que me coloca acima de quaisquer
preconceitos ou emulações do interesse individual, para deixar-me a doce
compensação de que, hoje, como sempre, serei bem julgado pelo meu país,
como um operário obscuro que não cessou de trabalhar pela libertação de
uma nação inteira, e portanto, por uma grande conquista em favor da
liberdade na nossa pátria46
Os anais do Parlamento mencionam que a fala de Rodrigo Augusto da
Silva recebeu muitos aplausos, incluindo do público que ficava nas
cadeiras destinadas que ficavam rente ao chão, bem próximos dos
deputados, na Câmara Geral, na Cadeia Velha, onde hoje está instalado o Palácio Tiradentes.
O deputado geral Zama pediu votação nominal para que os nomes dos
deputados gerais que aprovaram a Lei Áurea pudesse ser do conhecimento
das gerações futuras. O resultado da votação nominal foi então 83 votos
favoráveis e 9 contrários.
Esta proposta original, de 8 de Maio, sofreu apenas um pequeno
acréscimo, no seu primeiro artigo, a partir de uma emenda feita pelo
deputado geral Inocêncio Marques de Araújo Góis Júnior, que acrescentou ao projeto da Lei Áurea, a expressão "desde a data desta lei".41
No dia 10 de maio, houve segunda votação que não foi nominal, dando
por aprovado, em segundo turno, o projeto de Lei Áurea, na Câmara Geral,
com a adição, em emenda, da frase "desde a data desta lei".
O projeto de lei da Abolição no Senado do Império
Em resposta à fala do Trono de 1888, que abria o ano legislativo, e
ao projeto de lei de abolição da escravatura no Brasil, introduzido na
Câmara Geral, no mesmo dia, uma comissão do Senado do Império, composta
por Manuel Francisco Correia, Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque e Antônio Marcelino Nunes Gonçalves, enviou uma mensagem do Senado do Império a Dona Isabel. A mensagem dos senadores finalizava da seguinte maneira:47
Acompanhando os patrióticos sentimentos de Vossa Alteza Imperial, o Senado apressar-se-á em resolver sobre a extinção do elemento servil, como o bem público exige; acreditando que, mediante providencias que acautelem a ordem na transformação do Trabalho, apressem pela imigração o povoamento do país, facilitem as comunicações, utilizem as terras devolutas, desenvolvam o crédito agrícola e aviventem a indústria nacional, a produção, sempre crescente, tornara forte impulso. Senhora – Si é muito elevada a missão que as circunstancias atuais assinalam a Assembleia Geral, o Senado não poupara sacrifícios para corresponder no que o Brasil dele espera e auxiliar o empenho de Vossa Alteza Imperial aos seus auspiciosos destinos. |
— Correia, Cavalcanti de Albuquerque e Nunes Gonçalves
|
O Senado do Império recebeu o projeto de lei de abolição da
escravatura, no dia 11 de Maio, após o mesmo ter sido aprovado na Câmara
Geral. Na sessão do dia 11 foi criado uma comissão especial do Senado
para apreciar o projeto, não sendo apresentado nenhuma emenda e mantida a
emenda da Câmara Geral que acrescentava a frase "desde a data desta
lei". Nos dias 12 e 13 de Maio de 1888 houve discussão e votação do
projeto de lei. No dia 12, com a presença do ministro da agricultura que
chegara depois de iniciada a sessão, o projeto da Lei Áurea foi
aprovado, em primeira votação, junto com a emenda da Câmara Geral, por
todos os senadores presentes com exceção do barão de Cotejipe, embora
seu nome não fosse registrado por não ter havido votação nominal. Em
segunda e definitiva votação, a Lei Áurea foi aprovada, no dia 13 de
maio, e, neste mesmo dia, enviado à sanção imperial.
O barão de Cotejipe, fez considerações, no dia 12 de maio,
semelhantes às que foram feitas na Câmara Geral, sobre a fuga em massas
de escravos, sobre a polícia paulista não mais ir atrás de escravos
fugidos, sobre as muitas alforrias de escravos, sobre a ameaça ao
direito de propriedade, temendo que futuramente se confiscasse terras
sem indenização, e, concluiu afirmando que era inevitável a Lei Áurea
para parar com a anarquia reinante devido às fugas de escravos:
Portanto, a extinção da escravidão que ora vem neste projeto não é mais que o reconhecimento de um fato já existente. Tem a grande razão, que reconheço de acabar com esta anarquia, não havendo mais pretextos para tais movimentos, para ataques contra a propriedade e contra a ordem pública. Eis como considero a vantagem do projeto. |
— Barão de Cotejipe
|
.48
No dia 13 de maio, o presidente do Conselho de Ministros João Alfredo
participou dos debates. Fez um longo discurso, o senador Paulino de
Souza, que comparou a situação do país naquele momento com a época dos
debates em 1885, sobre a Lei do Sexagenários, quando o governo, naquela
época, manteve a ordem, ao contrário do atual governo e o governo
paulista que Paulino de Souza e Cotegipe os tinham como culpados pelo
caos em que se encontrava o país, do qual a única saída seria a
abolição.
Se o honrado Senador, (Dantas – Presidente do Conselho em 1885), quisesse por em prática o processo conservador atualmente empregado em São Paulo, e depois da ascensão do atual gabinete, assestado como um morteiro de anarquia sobre a minha província (Rio de Janeiro), teria necessariamente feito em poucos dias a abolição. |
— Paulino de Souza
|
O conselheiro Antônio da Silva Prado foi registrado, nas atas do
Senado do Império, entre os senadores que não estavam presentes e não
enviaram justificativa.47 Nem todos acreditaram na explicação posterior de que Antônio da Silva Prado se afastou por motivos de saúde, alguns acreditavam que o real motivo era político. Rui Barbosa ironizou sobre a constante ausência de Antônio da Silva Prado e sobre Rodrigo A. da Silva. Rui escreveu: “… O sr. Rodrigo Silva é o ministro que não sai nunca, ao contrário do sr. Prado, o ministro que nunca fica.”49
O texto da Lei Áurea
A lei n.º
3.353, (cujo projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Deputados por
Rodrigo Augusto da Silva, ministro dos Negócios da Agricultura, Comércio
e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, deputado e depois senador 50 ) de 13 de maio de 1888, que não previa nenhuma forma de indenização aos fazendeiros, dizia, na ortografia atual:
“ |
Declara extinta a escravidão no Brasil:
|
” |
Aprovado com 85 votos favoráveis e 9 votos contrários na Câmara Geral
(Câmara dos Deputados), e um contrário no Senado do Império, foi à
sanção da regente Dona Isabel, em 13 de maio. A única alteração do projeto de lei do governo, feita pela Câmara Geral, foi introduzir no texto a expressão "desde a data desta lei", para que a lei entrasse em vigor imediatamente, antes de ser publicada nas províncias, o que costumava levar um mês, no mínimo.
Consequências da Abolição
Foram libertados, pela Lei Áurea, um total de escravos que não chegou a um milhão de pessoas, para uma população total de quinze milhões de brasileiros.
Na primeira matrícula de escravos, concluída em 1872, inscreveu
1.600.000 escravos e a última matrícula de escravos, concluída em 30 de
março de 1887, registrou apenas 720.000 escravos, um ano antes da Lei
Áurea.
A Lei Áurea, aos 13 de maio de 1888, pôs fim à exploração da mão-de-obra escrava no Brasil, embora, na prática, ainda hoje, possa ser constatado, no país, algumas formas contemporâneas de escravidão, de forma ilegal.51 52 53
A Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea foram sancionadas por Dona Isabel, quando seu pai estava na Europa. Pela Lei Áurea, Dona Isabel foi premiada com a comenda Rosa de Ouro, pelo Papa Leão XIII – autor de encíclicas favoráveis à abolição da escravatura, como Catholicae Ecclesiae54 e In Plurimis55 –, e Rodrigo Augusto da Silva foi feito cavaleiro da Santa Sé, recebendo a Grã-cruz da Ordem de São Gregório Magno de Roma.
João Maurício Wanderley,
barão de Cotejipe, o único senador do império que votou contra o
projeto de abolição da escravatura, ao cumprimentar a princesa logo após
esta ter assinado a Lei Áurea, profetizou:
"A senhora acabou de redimir uma raça e perder o trono"! |
— Barão de Cotejipe
|
A Lei áurea foi apoiada, para usar um termo atual, por todos os líderes afrodescendentes da época, chamados então de "Pretos", como José do Patrocínio e André Rebouças, mas ainda não deixou de provocar polêmicas. Críticos do projeto de lei da abolição afirmam que a Lei Áurea deu liberdade aos negros e mulatos mas não lhes garantiu alguns direitos fundamentais, como acesso à terra e à moradia, que os permitissem exercer uma cidadania de fato.
Ao contrário, a falta de uma legislação
complementar que vislumbrasse tal problemática contribuiu por condenar,
usando termos políticos vigentes atualmente no Brasil, amplas camadas
populares à exclusão social - problema que só se agravaria com o passar do tempo.
Faltaram também medidas complementares para minorar as dificuldades
que os fazendeiros passaram devido à abolição. O Conselheiro de Estado Lafaiete Rodrigues Pereira,
na reunião do Conselho de Estado de 31 de maio de 1889, lembrou que
foram concedidos empréstimos vultosos para a imigração de trabalhadores
europeus mas os empréstimos para a agricultura não se concretizaram:
A abolição do elemento servil desorganizou de golpe a lavoura do país, deixando-a a um tempo sem tratadores e sem capitais. Era uma necessidade indeclinável acudi-la de pronto, fornecendo-lhe dinheiro por meio de crédito e braços pela imigração. O ministério ou desconheceu a urgência e extensão destas necessidades, ou não soube adotar as medidas adaptadas a satisfazê-las! |
— Lafaiete Rodrigues Pereira
|
De acordo com a análise de Everardo Valim Pereira de Souza, reportando-se às consideração do Conselheiro Antônio Prado, as consequências da abolição dos escravos, em 13 de maio de 1888, deixando sem amparo os ex-escravos, foram das mais funestas:
Segundo a previsão do Conselheiro Antônio Prado, decretada de afogadilho a “Lei 13 de maio”, seus efeitos foram os mais desastrosos. Os ex-escravos, habituados à tutela e curatela de seus ex-senhores, debandaram em grande parte das fazendas e foram "tentar a vida" nas cidades; tentame aquele que consistia em: aguardente aos litros, miséria, crimes, enfermidades e morte prematura. Dois anos depois do decreto da lei, talvez metade do novo elemento livre havia já desaparecido! Os fazendeiros dificilmente encontravam "meieiros" que das lavouras quisessem cuidar. Todos os serviços desorganizaram-se; tão grande foi o descalabro social. A parte única de São Paulo que menos sofreu foi a que, antecipadamente, havia já recebido alguma imigração estrangeira; O geral da Província perdeu quase toda a safra de café por falta de colhedores! |
— Everardo Vallim Pereira de Souza
|
O presidente da república Washington Luís,
que também era historiador, na sua Mensagem ao Congresso Nacional de
1927, também tece considerações, neste sentido, sobre a abolição da
escravatura:
Extraordinário passo de grandeza moral incomparável, dado, porém, como quem receia ser obrigado a voltar atrás, a abolição da escravidão foi feita sem que se tivesse preparado a sua substituição pelo trabalho livre. Com ela (a abolição) houve a supressão de um enorme capital, plenamente desaparecido, e, principalmente, a desorganização completa do trabalho agrícola, base única, então, da vida econômica do país! |
— Washington Luís Pereira de Sousa
|
Getúlio Vargas
também lamentou a abolição feita sem adequada substituição da
mão-de-obra escrava, em discursos publicados em "A Nova Política do
Brasil", volume 1, página 144 e no volume 2, página 20:
Com a ausência de uma política que, após a abolição, cogitasse de substituir o trabalho escravo pela atividade livre, zonas outrora florescentes vieram a ser completamente abandonadas, e as populações aí vegetam, sem raízes, jungidas à voracidade dos novos senhores, que as exploram! |
— Getúlio Vargas
|
Nos debates do dia 13 de maio no Senado do Império, o senador Paulino
de Souza, chamou a atenção para o abandono em que ficariam os mais
desamparados dos libertos:
É desumana (a lei aprovada) porque deixa expostos à miséria e a morte, os inválidos, os enfermos e os velhos, os órfãos e crianças abandonadas da raça que quer proteger, até hoje nas fazendas a cargos dos proprietários, que hoje arruinados e abandonados pelos trabalhadores válidos, não poderão manter aqueles infelizes, por maiores que sejam os impulsos de uma caridade que é conhecida e admirada por todos os que frequentam o interior do país. |
— Paulino de Souza
|
E mesmo se os escravos tivessem permanecido nas fazendas, era tida
também como funesta a situação da agricultura brasileira, prevendo-se a
queda da produtividade da agricultura e a queda da receita dos estados
produtores de café, tendo dito, citando o economista Molinaire, o
deputado geral Pedro Luís, na sessão de 10 de maio de 1888, da Câmara
Geral, que:
Molinaire diz que, em geral, o trabalho do liberto é um terço menos produtivo que o trabalho do escravo, sendo necessários dez libertos para os serviços que eram feitos por sete escravos. Dá as razões deste fato e conclui que, na melhor das hipóteses, continuando os libertos todos nos estabelecimentos rurais, teremos uma diferença de 1/3 para menos na produção! |
— Deputado Geral Pedro Luís
|
A questão da indenização dos fazendeiros
Ver artigo principal: Indenização aos ex-proprietários de escravos no Brasil
Do ponto de vista dos fazendeiros, a crítica feita à abolição dos
escravos foi no sentido de que estes não foram indenizados
monetariamente, tendo eles imenso prejuízos,
especialmente os pequenos proprietários de terra que não tinham acesso a
mão-de-obra de imigrantes europeus. Porém, documentos recentemente
descobertos revelam que Dona Isabel analisou a hipótese de indenizar os
ex-escravos com recursos do extinto Banco Mauá e realizar, usando termos
atuais, uma ampla reforma agrária.
Para inviabilizar essa pretendida indenização dos fazendeiros, e em nome da "fraternidade
e solidariedade com a grande massa de cidadãos que, pela abolição do
elemento servil, entrava na comunhão brasileira", Rui Barbosa, quando ministro da fazenda do governo Deodoro da Fonseca, ordenou a destruição de todos os livros
de matrículas de escravos, os quais eram da guarda dos cartórios de
ofício dos municípios, em 14 de dezembro de 1890, e os documentos do Ministério da Fazenda
referentes à escravidão. Nestes livros de matrícula de escravos
constavam os preços pelos quais os escravos tinham sido adquiridos por
seus donos, conforme as normas estabelecidas pela lei 3.270 de 1885 (Lei
dos Sexagenários) que ordenava nova matrícula de escravos e estabelecia
seus valores máximos de acordo com sua idade.58 Esta matrícula de escravos prevista pela Lei dos Sexagenários foi concluída em 30 de março de 1887.
Seis dias mais tarde, em 20 de dezembro de 1890, a decisão de Rui Barbosa, foi aprovada, no Congresso Nacional com a seguinte moção: "O
Congresso Nacional felicita o Governo Provisório por ter ordenado a
eliminação nos arquivos nacionais dos vestígios da escravatura no Brasil".
Em 20 de janeiro de 1891, Rui Barbosa deixou de ser ministro da
Fazenda, mas a destruição dos documentos referentes à escravidão
prosseguiu.
De acordo com o historiador Américo Jacobina Lacombe, "Uma placa de
bronze, existente nas oficinas do Lloyde Brasileiro, contém, de fato,
esta inscrição assaz lacônica: "13 de maio de 1891", aqui foram incendiados os últimos documentos da escravidão no Brasil".
A Lei Áurea perante a historiografia
Durante muito tempo a Lei Áurea foi vista como um ato generoso de
Dona Isabel que seguia os propósitos abolicionistas de seu pai o
Imperador D. Pedro II e também vista como o resultado de uma longa campanha abolicionista, sendo bastante comemorada pela sociedade brasileira.59
Porém, alguns pesquisadores recentes da historiografia brasileira têm
outro ponto de vista sobre a abolição da escravatura e sobre a Lei
Áurea. Afirmam eles que a abolição teria sido fruto de um estado
semi-insurrecional que ameaçava a ordem imperial e escravista. Tal
interpretação acentua o caráter ativo, e não passivo, das populações
escravizadas. Sílvia Hunold Lara60 e Sidney Chalhoub,61
ambos professores doutores do departamento de História da Unicamp,
afirmam que as rebeliões de escravos que estavam se generalizando no
País, na época da abolição, gerando quilombos por toda a parte, como foi
dito acima,42
após a abolição da pena de açoite, e, também, por causa da cumplicidade
do exército brasileiro e da polícia paulista que não iam mais fazer a
recaptura dos escravos fugidos, tornaram, então, inviável, politica e
economicamente, a escravidão. Sílvia H. Lara e Sidney Chalhoub procuram,
com esta tese, minimizar o papel que Dona Isabel, os clubes
abolicionistas, a imprensa e a maçonaria brasileira tiveram na abolição
da escravatura no Brasil. Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP, é um dos estudiosos que criticam este novo tipo de abordagem da abolição da escravatura.
A ideia corrente de que somente ricos fazendeiros possuíam escravos e
que a Lei Áurea atingiu e prejudicou somente as elites econômicas
também tem sido questionada atualmente. Tendo o historiador José Murilo de Carvalho escrito:
Possuíam escravos não só os barões do açúcar e do café. Possuíam-nos também os pequenos fazendeiros de Minas Gerais, os pequenos comerciantes e burocratas das cidades, os padres seculares e as ordens religiosas. Mais ainda: possuíam-nos os libertos. Negros e mulatos que escapavam da escravidão compravam seu próprio escravo se para tal dispusessem de recursos. A penetração do escravismo ia ainda mais a fundo: há casos registrados de escravos que possuíam escravos. |
— José Murilo de Carvalho
|
A pena dourada
Tendo sido editada em três vias, cada cópia da Lei Áurea foi assinada por três penas douradas idênticas.
Recentemente, D. Pedro Carlos vendeu ao Museu Imperial de Petrópolis a pena dourada com a qual sua bisavó, a princesa D. Isabel do Brasil, assinou a primeira via da Lei Áurea, pela soma de R$ 500.000,00.[carece de fontes]
Apesar do título de Príncipe Imperial do Brasil ter sido transmitido aos primogênitos descendentes de seu tio-avô, D. Luís Maria Filipe, após a renúncia de seu avô, D. Pedro de Alcântara, a pena dourada havia sido mantida como herança entre os primogênitos do Ramo de Petrópolis.
As outras duas penas utilizadas encontram-se em poder do Museu da Maçonaria, na sede do Grande Oriente do Brasil.
Notas
- ↑ Autor é um termo jurídico para o que apresenta a lei ao legislativo e não necessariamente o que escreveu a lei, ou redator.
Referências
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- ↑ Annaes do Senado, 1888, livro 1, páginas 29 a 45
- ↑ Annaes do Senado, 1888, livro 1. pg. 45.
- ↑ Abolição da escravatura - História do Brasil - UOL Educação. Página visitada em 2 de Abril de 2010.
- ↑ O secular nó cego da Mauritânia: escravidão que persiste
- ↑ Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Significado de Áurea. Página visitada em 2 de Abril de 2010.
- ↑ a b Constituição Política do Império do Brazil.
- ↑ a b MALHEIRO, Agostinho Marques Perdigão. A escravidão no Brasil, ensaio histórico-jurídico-social. [S.l.]: Tipografia Nacional, 1866. p. 2. vol. 1..
- ↑ a b RIO BRANCO, Efemérides Brasileiras, Edição do Ministério das Relações Exteriores, Rio de Janeiro, 1946
- ↑ PICCOLO,Helga: "A paz dos caramurus",Caderno de História, nº 14, Memorial do Rio Grande do Sul.Edição Eletrônica.
- ↑ Zenha, Edmundo - A Vila de Santo Amaro (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo), 1977, pg. 113
- ↑ Zenha, Edmundo - A Vila de Santo Amaro, 1977, pg. 49 a 77
- ↑ Zenha, Edmundo - A Vila de Santo Amaro, 1977, pg. 54
- ↑ Van Delden Laërne, K.F. Brazil and Java: Report on coffee-culture in America, Asia and Africa, pg. 10.
- ↑ Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1948, Volumes 192-194, pg. 15
- ↑ Papali, Maria Aparecida Chaves Ribeiro. Escravos, libertos e órfãos: a construção da liberdade em Taubaté (1871-1895), pg. 72.
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro -Camara dos Srs. Deputados, Volume 2, Partes 4-5, Imprensa Nacional,Rio de Janeiro, 1879,Sessao de 3 de Setembro pg. 18, disponível em: [2]
- ↑ Meagher, Arnold J. The coolie trade: the traffic in Chinese laborers to Latin America, 1847-1874, pg. 266.
- ↑ Meagher, Arnold J. - The coolie trade: the traffic in Chinese laborers to Latin America, 1847-1874, pg. 269
- ↑ Viotti da Costa, Emília - Da senzala à colônia, pg. 184
- ↑ a b Atas do Terceiro Conselho de Estado
- ↑ Viotti da Costa, Emília - Da Monarquia à República, pg. 303.
- ↑ Indicador de São Paulo para o Ano de 1878, Abílio A. S. Marques, 1878.
- ↑ Viotti da Costa, Emília - Da Senzala à Colônia, pg. 237
- ↑ Almanaque de Cultura Popular do Brasil: O que as camélias têm a ver com a libertação dos escravos?
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessao Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional RJ 1888, pg 50
- ↑ Faculdade de Direito de Campos Discriminação
- ↑ Lei de 16 de dezembro de 1830 - Código Penal do Império. Página visitada em 11 maio 2010.
- ↑ Viotti da Costa, Emília - Da Monarquia À REPÚBLICA, pg. 303.
- ↑ ________, Antônio Prado no Império e na República - Seus Discursos e Atos Coligidos e apresentados por sua filha Nazaré Prado, F. Briguiet & Cia. Editores, Rio de Janeiro, 1929.
- ↑ Sodré, Nelson Werneck -Panorama do Segundo Império, pg. 337
- ↑ PINTO, Luiz - Um peregrino da fé: vida e obra do padre José Pinto, 1965, pg. 49
- ↑ Revista do Instituto Archeológico e Geográphico Pernambucano, 41-44/1891, pg. 267
- ↑ VASCONCELOS, Sylvana Maria Brandão de - Ventre livre, mãe escrava: a reforma social de 1871 em Pernambuco, 1996, pg. 92
- ↑ GUISARD FILHO, Félix - D. José Pereira da Silva Barros - Sua Vida e Sua Obra, 1945
- ↑ a b ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessao Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional RJ 1888, pg 57
- ↑ CALMON, Pedro. O Conselheiro Prado, in jornal "A Noite", Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 1940
- ↑ A tribuna de Santos, 25 de fevereiro de 1940, transcrito no livro Centenário do Conselheiro Antônio Prado, São Paulo, 1946
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessão Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional RJ 1888
- ↑ a b Carvalho, José Geraldo Vidigal de - A escravidão: convergências e divergências, 1988, pg. 99
- ↑ a b c ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessao Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional RJ 1888, pg 56
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessao Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1888, página 57
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- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessao Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional RJ 1888, pg 52
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro - Camara dos Srs. Deputados, terceira sessão Vigesima Legislatura de 1888, Volume I, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1888, página 57
- ↑ a b Annaes do Senado, 1888. pg. 30.
- ↑ ANNAES do Parlamento Brazileiro -Camara dos Srs. Deputados, terceira sessão Vigesima Legislatura de 1888 Volume I, Imprensa Nacional,Rio de Janeiro, 1888, página 34
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Bibliografia
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- VIEIRA, Hermes, A Princesa Isabel no cenário abolicionista do Brasil, São Paulo Editora Limitada, 1941.
Ver também
- Abolicionismo no Brasil
- Abolicionismo
- Dia do Mulato
- Indenização aos ex-proprietários de escravos no Brasil
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