Relogio: Vocês e o Tempo

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ARCEVO PROJETO A COR DA CULTURA NA 12ª REGIONAL DE EDUCAÇÃO EM ITABAIANA PARAIBA


OLIVEIRA DE PANELAS - O PERGUNTADOR



Esta semana iremos resgatar um vinil histórico. O disco do cantador OLIVEIRA DE PANELAS, produzido por Zé Ramalho, na antiga CBS. Além deste trabalho de Oliveira, Zé Ramalho produziu também um disco do poeta OTACÍLIO BATISTA. O curioso é que não se trata de um disco de dupla de cantadores e sim um trabalho individual. Destaque para "Estará nosso globo desse jeito / do terceiro milênio para frente.
Vejam um texto retirado do encarte do disco, escrito pelo produtor:
"Gravar o disco individual de OLIVEIRA DE PANELAS, mais do que um Projeto Especial, constituiu-se num autêntico compromisso com a história da música brasileira. Daquela música tão especial do Nordeste, feita pelos violeiros, os versos agrupados em modalidades tão específicas, formando sextilhas, martelos agalopados, galopes à beira mar, martelos alagoanos, e por aí vai.
E o que parece tão simples à primeira vista resulta complicado para quem não domina esse saber tão próprio. OLIVEIRA FRANCISCO DE MELO, que adotou o sobrenome artístico de PANELAS, porque assim se chama a cidade onde nasceu em 1946 [Pernambuco], é um desses violeiros e domina o versejar do cantador como ninguém. Em O PERGUNTADOR, um fato inédito: é um disco de um violeiro e não de uma dupla. Além disso ele gravou também alguns trechos das poesias publicada em seus dois livros ["O Comandante do Planeta Médio_1977", e "Poesia Liberdade"_1979].
Um dos violeiros mais atuantes do país, OLIVEIRA DE PANELAS já conquistou 10 vezes o primeiro lugar em concursos de violeiros, participou da Caravana Viagem ao Brasil,que foi de Olinda até o Planalto Central, colaborou com as trilhas sonoras de dois filmes nacionais ["Os Últimos Dez Dias de Lampião" e "Deus Deu a Terra e o Diabo Cercou"], já cantou para inúmeras autoridades e intelectuais brasileiros, organizou o I Congresso Nacional de Poetas
Populares [João Pessoa, dezembro de 1980], entre muitas outras coisas. Seu disco está cheio de indagações, pensamentos e denúncias relacionados com o nosso tempo e com a posição do homem dentro do universo. Como todo artista, OLIVEIRA DE PANELAS é também um historiador da nossa época e o disco O PERGUNTADOR cumpre assim seu compromisso com a História. "

Zé Ramalho – Rio, 1981.

Faixas:
01_esses discos voadores me preocupam demais_3:44
02_o conflito das nações_4:54
03_planeta sem divisões_3:24
04_quando os povos se unirem como irmãos_4:21
05_ninguém pode abalar_4:21
06_a interrrogação_4:39
07_na varanda do reino da justiça_3:11
08_muita coisa no mundo está mal feita_3:38
09_quem sou eu no universo_5:48
10_do terceiro milênio para frente_3:34
* Todas composições de sua autoria.

Oliveira de Panelas, Amelinha e Zé Ramalho






4 comentários:

  1. O nosso confrade IVAMBERTO, da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, manda-nos, por e-mail,o seguinte comentário:

    "Este LP do O Perguntador de Oliveira é realmente uma Relíquia,

    Eu tenho o LP A ARTE DA CANTORIA V OL. 2 com Oliveira de Panelas e

    O saudoso Otacílio Batista.

    Com relação ao secretário Chico César da minha Paraíba, eu concordo com ele

    e com o Sr. Walter Medeiros, o poder Público não pode financiar o lixo cultural

    destas bandas de forró assim como o lixo cultural do funk carioca, chega de alienação!

    Temos que valorizar quem está comprometido com a nossa cultura e com a arte

    Tipo, Clã Brasil, Santana, Maciel Mello, Biliu de Campina, Beto Brito, Petrúcio

    Amorim, Amorosa, estes são os Discípulas de Gonzaga e Jackson.


  2. Ha tempos procuro baixar este disco e não consigo encontrá-lo. Vcs tem esse arquivo? Se sim peço a gentileza de entrarem em contato comigo pelo e-mail: orix75@hotmail.com
    Grato!
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  3. Esse link do POEIRA E CANTOS não existe mais, infelizmente. Faz tempo que foi retirado do ar.
    Responder
  4. Os executivos das grandes gravadoras deveriam ter mais sensibilidade e recolocar no mercado, no formato CD, lançamentos maravilhosos como este, dirigido pelo grande ZÉ RAMALHO.
    Responder








LITERATURA DE CORDEL É O PROJETO A COR DA CULTURA NA 12ª REGIONA DIVULGANDO SEU SUCESSO

Oliveira de Panelas

Oliveira de Panelas: Natural de Panelas-Pe- nasceu a 24 de maio de 1946. Aos 9 anos de idade já começou fazer poesia. Na década de 50/60 percorreu o Estado de Pernambuco e Alagoas cantando repente.

Teve que trabalhar de auxiliar de pedreiro, mas nunca abandonou a viola. Trabalhou na difusora de Garanhuns no período 62 a 70, como titular do programa “Violas de Repentes,”no qual cantava em parceria com Manoel Bezerra Diniz.

Morou em São Paulo durante alguns anos, no bairro do Brás, fazendo repentes no “Recanto dos Poetas.”Foi sócio-fundador da Associação de Repentistas, Poetas e Folcloristas do Brasil, também em São Paulo. Em 1972 ganha seu primeiro lugar num Festival de Violeiros em Celso Garcia-SP.Representou o Estado de Pernambuco em São Paulo no 1o. Congresso de Repentistas Nordestinos.

Sua fama foi crescendo mediante inúmeras apresentações e aí foi convidado pela Rede Globo em 1974, para se apresentar no programa “Fantástico”. Aí fez parceria com José Francisco de Souza.

Seu primeiro disco foi gravado na Coletânea de Repentistas, com repentes variados. Seus temas são bem atuais; Oliveira de Panelas é um cantador moderno. Até pela imprensa internacional da França, Portugal, Itália, Estados Unidos ele é enfocado. Inclusive participou do Salão do Livro em Paris.

Já cantou para o Papa João Paulo II e para o nosso consagrado cantor Roberto Carlos. Gravou cerca de 15 discos e CD. Publicou quase uma dezena de livros de poesia inúmeros cordéis e folhas soltas.

Foi presidente da Associação de Poetas Repentistas do Brasil durante anos e promoveu mais de uma dezena de Encontro Nacional de Poetas Cantadores do Brasil. Possui Certificado como violeiro, outorgado pela Ordem dos Músicos do Brasil.

Oliveira de Panelas encontra-se na Paraíba há mais de duas décadas. Já foi titular de programas de rádio, a exemplo na Rádio Tabajaras, com “O Nordeste Canta”, em parceria com o seu parceiro de vinte anos, o então também grande repentista Otacílio Batista.O poeta utiliza em seus versos o senso humorístico, a métrica tradicional, a sextilha. Entre tantas de suas poesias interessantes, citamos “Frei Damião de Bozzano no coração do povo,”“O Encontro de Tancredo com Tiradentes no Céu,” “Debate de Lampião com São Pedro” e outros.

Entre alguns dos seus livros, citamos: “Poemas Alternativos”, em parceria com o poeta José de Souza;”“O Comandante do Planeta Médio”; Poesia Liberdade”; “Poemas Iluminados”, “Dois Poetas do Povo e da Viola” em parceria com o poeta Otacílio Batista; “José Lins do Rego em Versos de Cordel”, lançado no Fenart 2001.

Não se pode numa ligeira biografia, dizer da grandeza do poeta Oliveira de Panelas; seu valor transcende. É um poeta que escreve seus versos, é cantador, repentista, que já ecoou ao som de sua viola, de norte ao sul deste imenso país.

Nunca Transforme em Vermelho

O Sinal Verde da Vida

 Oliveira de Panelas*

É louvável quem respeita

Os sinais de advertência

Se a esquerda é preferência

Nunca passe pra direita.

A estrada não foi feita

Pra ser pista de corrida

Ao cruzar a Avenida

Mire-se bem neste espelho

Nunca transforme em vermelho

O sinal verde da vida.

Repare bem o motor,

Viaje com confiança,

O cinto de segurança

Coloque pra onde for,

Examine o extintor,

Se a carga está vencida,

Não se torne um homicida

Por causa deste aparelho

Nunca transforme em vermelho

O sinal verde da vida

Não dirija embriagado,

Evite a fatalidade,

Não corra em velocidade,

Nunca viaje drogado,

Se caso estiver cansado,

Tente achar uma dormida,

Evite numa batida

Ferir mão, braço e joelho.

Nunca transforme em vermelho

O sinal verde da vida.

No congestionamento,

Nunca perca a esportiva,

Dirija na defensiva,

Fique atento ao movimento,

Cuidado como cruzamento

Olhe a faixa proibida,

É grande quem não liquida

Sequer a vida de um coelho

Nunca transforme em vermelho

O sinal verde da vida.

Prossiga a viagem em paz,

Seja feliz no retorno,

Jamais tente com suborno

Comprar os policiais,

Pois um suborno não faz

A vida restituída

Depois da vida perdida

É tarde, não há conselho.

Nunca transforme em vermelho

O sinal verde da vida

LITERATURA DE CORDEL PROJETO A COR DA CULTURA