Relogio: Vocês e o Tempo

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Demografia da Paraíba

Demografia da Paraíba
Ficha técnica
população 3.769.977 (2009).
Densidade 64,52 hab./km² (2007).
Crescimento demográfico 0,8% ao ano (1991-2000).
população urbana 71,1% (2000).
Domicílios 849.378 (2000).
Carência habitacional 139.257 (est. 2000).
Acesso à água 68,8% (2000)
Acesso à rede de esgoto 39% (2000).
IDH 0,718 (2005)
Número de Municípios 223.1
Segundo dados estatísticos do IBGE, a Paraíba contava em 2010 com uma população de 3.766.528, correspondente a 1,97% da população nacional, sendo o estado uma das unidades da federação de menor superfície (0,66% do território nacional, ficando na 21ª posição em ordem decrescente). O censo de 2010 demonstrou ainda que a população urbana da Paraíba monta a 75,4%, em oposição aos 24,6% da zona rural. A densidade demográfica estadual é de 66,73 hab./km².2

Índice

Municípios mais populosos

Segundo estimativas do IBGE (2009), a população paraibana é de aproximadamente 3.769.977 habitantes, o que confere ao estado uma densidade de cerca de 64,52 hab./km².
A população paraibana concentra-se principalmente nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, sendo que estas duas cidades juntas perfazem 40% da população do estado. Os municípios mais populosos são: João Pessoa, com 702.235 habitantes; Campina Grande, com 383.744 habitantes; Santa Rita, com 126.755 habitantes; Patos, com 100.732 habitantes; Bayeux, com 96.198 habitantes; Sousa com 65.930 habitantes; Cajazeiras, com 57.875 habitantes e Guarabira, com 56.136 habitantes.


Formação do povo

Etnias na Paraíba-2010.png
Assim como o povo brasileiro, o paraibano é fruto de uma forte miscigenação entre o branco europeu, os índios locais e os negros africanos. Sendo assim, a população é essencialmente mestiça, e o paraibano médio é predominantemente fruto da forte mistura entre o europeu lusitano e o indígena, com uma menor influência genética africana (os caboclos predominam no grupo dos declarados pardos, que representam mais de 50% de toda população do estado).2 A influência negra menos pronunciada (se comparada à dos indígenas) na composição étnica dos classificados pelo IBGE como pardos deve-se ao fato de a cultura canavieira no estado não ter sido tão marcante como o foi na Bahia, no Maranhão ou em Pernambuco, o que ocasionou a vinda de pouca mão-de-obra de origem africana
Apesar da forte mestiçagem do povo há ainda hoje, contudo, bolsões étnicos em várias microrregiões: como povos indígenas em Marcação, Baía da Traição e Rio Tinto (em torno de 14 mil dos quase 20 mil existentes no estado), mais de uma dúzia de comunidades quilombolas florescendo em vários municípios do litoral, agreste ao sertão, e a parcela da população (em torno de um terço do total) classificada pelo IBGE como branca (de ascendência portuguesa, sobretudo).
Entre os mestiços, os mulatos predominam no litoral centro-sul paraibano e no agreste, área mais agrícola, enquanto os caboclos em todo o interior e no litoral norte, onde a pecuária sempre foi mais intensa. Já os cafuzos são raros e dispersos. O Dia do Mestiço é data oficial no estado.
Quanto ao quesito cor, o Censo 2010 apontou que a população do estado se autodeclarava da seguinte forma: parda, 1.986.619 (52,7%); branca, 1.499.253 (39,8%); negra, 212.968 (5,7%); e amarela e indígena, 67.636 (1,8%).2

Base da composição étnica

Índios

Dança dos Tapuias, por Albert Eckhout.
Antes da chegada dos europeus, a Paraíba era habitada por dois grupos principais: os tupis e os cariris (também chamados "tapuias"). A maioria dos índios que habitavam a região da Paraíba estava de passagem do período paleolítico para o neolítico, e a língua falada por eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com eles.
Tupis — eram formados pelos potiguaras, tribo mais numerosa que ocupava a região do litoral norte, e pelos tabajaras, os quais tinham uma população que girava em torno de cinco mil índios no início da colonização e eram pacíficos e amistosos, tendo fundado Jacoca (Conde), Alhandra e Taquara, no litoral sul. Apesar de pertencerem ao mesmo tronco tupi e terem um cultura comum, ambos povos viviam em constantes guerras entre si e em incessante locomoção pelo litoral.
Cariris — eram mais numerosos que os tupis e ocupavam uma ampla região, que ia desde o Planalto da Borborema para além dos limites com o Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Diziam que haviam vindo de um “grande lago” e se dividiam em cariris velhos e cariris novos. Eram formados pelas tribos sucurus, icós, ariús, pegas, paiacus, caicós e janduís. Destes, os pegas e os sucurus ficaram conhecidos por seu caráter belicoso e por suas lutas contra os bandeirantes. Em virtude disso, a região dos Cariris Novos foi conquistada depois da dos Velhos.
Ainda no início da colonização, alguns indígenas tiveram papel expressivo na defesa da Região Nordeste (particularmente do Nordeste Oriental) contra os estrangeiros inimigos: o índio Piragibe fomentou a paz na conquista da Paraíba. Já Tabira lutou contra os franceses, enquanto Felipe Camarão (o índio Poti) enfrentou os holandeses e foi herói na Batalha dos Guararapes.

Africanos

Na Paraíba, o empreendimento do comércio negreiro iniciou-se logo após o Decreto Real de 1559, da Regente Catarina de Áustria, permitindo aos engenhos comprar cada um doze escravos. O escravo era mercadoria cara, seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas. Portanto, em virtude do pequeno desenvolvimento da cultura canavieira no estado e dos altos preços destes, a presença negra foi mais tímida que em muitos estados nordestinos – embora culturalmente tenha tido bastante influência, tendo em vista que a presença negra trouxe como herança manifestações culturais, religiosas e influência na culinária, no vocábulo e na maneira de falar.
Hoje em dia, há diversas comunidades quilombolas oficialmente reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. Caiana dos Crioulos foi reconhecida em 1997, Talhado em 2004, enquanto Engenho Bonfim, Pedra d'Água, Matão e Pitombeira obtiveram a certidão de reconhecimento em 2005. Ao todo, foram identificadas mais de 15 comunidades remanescentes de quilombos. Há outras teorias sobre essas comunidades, tais como a que após a falência de seus proprietários com a lei Áurea, essas terras foram abandonadas a propria sorte e depois confundidas/sofismadas por historiadores ideologicamente tendenciosos com supostos quilombos em terras originalmente ameríndias. Incluindo migrantes rurais recentes do interior de estados vizinhos, por exemplo.

Portugueses

Os europeus que vieram para o estado eram predominantemente portugueses, isso desde o início da colonização no século XVI. Estes chegaram à Paraíba provenientes principalmente da Capitania de Pernambuco. O pequeno número de mulheres brancas na época estimulou logo cedo a miscigenação com mulheres das tribos locais e, em menor escala, com as mulheres escravas, sedimentando a base da população atual.
No passado, algumas famílias das classes sociais mais elitizadas preferiram manter uma linhagem mais europeizada e casavam entre si (endogamia social).

Outras presenças

Holandeses, judeus, italianos e alemães estiveram presentes na sociedade paraibana em épocas distintas e por razões diversas. Sua presença teve bem mais importância histórica que propriamente étnica na formação da sociedade do estado.
Judeus
Dezenas de famílias judias vieram para o Nordeste e para a Paraíba expulsas de Portugal na época da Santa Inquisição, como degredados. Outra leva veio com os holandeses, que eram mais tolerantes que os lusitanos no tocante a religião. Muitos judeus posteriormente emigraram para as Antilhas Holandesas e para o Suriname, embora uma parcela tenha preferido se estabelecer, integrando-se à sociedade e camuflando seus ritos, para não chamar a atenção da Coroa Portuguesa sobre si. A presença marrana é forte no Seridó.
Neerlandeses
Na época da invasão holandesa no Nordeste (1624 - 1654), embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros4 e, mais informalmente, destes com índias e caboclas locais (nessa época a miscigenação entre brancos e negros não era tão comum, embora já existisse timidamente).5 6
Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes). Nas três décadas de ocupação oficial chegaram várias guarnições de homens da metrópole para servir à Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais na Nova Holanda, como então era chamada essa parte do Brasil.
Recente levantamento genômico feito pela equipe do geneticista Sérgio Pena encontrou genomas do haplogrupo 2 em um quinto (19%) dos nordestinos classificados como brancos pesquisados no seu estudo. A pesquisa faz supor que esses genes podem ter provindo de antepassados holandeses ainda da época da invasão holandesa no país no século XVI, já que nunca foram muito comuns mesmo em Portugal. O estudo demonstrou que a região Nordeste tem a segunda maior população do Brasil com genes desse haplogrupo (europeus não latinos, sobretudo saxões), atrás da Região Sul, onde se observou a concentração de 28% de genomas de europeus saxões e eslavos nas amostras.7
Italianos
Uma família de imigrantes italianos.
A partir do meio do século XIX até o início do século XX várias famílias italianas escolheram a Paraíba para se fixar. As primeiras levas coincidiram com a época da independência e da abolição da escravatura no Brasil e crescente necessidade de realocação dessa mão-de-obra. Há relatos históricos de italianos em Olinda já entre os fins do século XVI e início do século XVII (florentinos pioneiros com séculos de antecipação, tais como Dom Filipo Cavalcanti), e muitos de seus descendentes também acabaram por aqui em estado mais ou menos preservado dependendo da região do estado (João Pessoa Cavalcanti que dá nome a capital do estado e seu tio Epitácio Pessoa, o único presidente paraibano do Brasil - em plena primeira república do café com leite - estão entre os principais descendentes deste pioneiro patriarca).
Muitas famílias principalmente do norte da Itália vieram logo após chegarem ao país pelos portos de Recife e de Santos. Outras saíram de suas colônias na região Sul/Sudeste do país em busca de oportunidades mais ao norte. Algumas delas, como a Toscano, traçam sua história ainda no século XVIII, com a chegado do patriarca. Um de seus membros é Felizardo Toscano de Brito, o primeiro vice-presidente da Capitania da Paraíba. A maioria das famílias se estabeleceu na capital e no Brejo, região de clima mais ameno, em razão das altas altitudes do Planalto da Borborema, das chuvas regulares e dos solos férteis.
As condições econômicas pouco viáveis no estado na época não favoreceram a vinda de muitos desses imigrantes, como aconteceu no Sul do Brasil. Entretanto, sua presença foi muito marcante na vida política e sócio-econômica, já que sempre ocuparam postos-chave na sociedade do estado (eram negociantes, médicos, arquitetos, políticos etc.). O Centro Cultural Dante Alighieri, de João Pessoa realizou um levantamento cujo resultado revelou que 326 famílias descendentes desses imigrantes residiam na Paraíba.8
Alemães
No começo do século XX, em torno de 80 trabalhadores alemães (alguns com suas famílias) chegaram ao estado para trabalhar na Companhia de Tecidos Rio Tinto9 (então de propriedade dos Lundgren, família paraibana de origem sueca).
Em 18 de agosto de 1945, no final da Segunda Guerra os operários brasileiros da fábrica invadiram os chalés e casas dos alemães, quebrando tudo e exigindo que os estrangeiros fossem deportados. Tanto no país quanto em Rio Tinto ardia o ódio advindo do torpedeamento de navios da Marinha Mercante do Brasil por submarinos supostamente alemães, o que é contraditório, pois no final da segunda guerra, os alemães já não tinham mais tantas armas, exércitos e poder. Meses depois, com a situação mais calma, a Companhia de Tecidos Rio Tinto acionou judicialmente o Estado em busca da indenização dos prejuízos, a qual nunca foi obtida. Os alemães, enquanto isso, lá permaneceram para insatisfação dos locais. Em 1963, um ex-operário da fábrica, o torneiro mecânico Antonio Fernandes de Andrade, elege-se prefeito municipal e começa a trabalhar contra os interesses dos Lundgren. A partir de então, os Lundgren mostram-se desestimulados para continuar a contratar estrangeiros e começam a abandonar seus investimentos na cidade. Com o passar dos anos, os alemães que permaneceram se integraram à sociedade do estado, muitos dos quais casaram-se com cidadãos locais e migram para a capital.
Nos idos dos anos 40, Rio Tinto era considerada a mais europeia das cidades paraibanas, em virtude da notória influência arquitetônica alemã em muitos de seus prédios e do estilo de vida que os trabalhadores alemães então residentes levavam. Hoje em dia a única lembrança dessa presença destes reside em algumas construções arquitetónicas imponentes da cidade (palacete da família Ludgren, Igreja Santa Rita de Cássia, Companhia de Tecidos Rio Tinto, delegacia, cinema, chalés e armazéns).10

Religião

Segundo censo do IBGE em 2000, dos 3.443 825 pesquisados no Estado da Paraíba, declararam-se segundo o credo:11 12

[[Ficheiro:|255px|alt=|Palácio da Redenção, foi construído em 1586 pelos jesuítas.]]
Convento de São Francisco, em João Pessoa, Paraíba.

Palácio da Redenção, foi construído em 1586 pelos jesuítas.
Religião Praticantes
Católicos 2.897.900 pessoas
Protestantes 322.843 pessoas
Espíritas 12.804 pessoas
Religiões Afro-brasileiras 1.408 pessoas
Religiões Orientais 357 pessoas
Outras religiões 20.970 pessoas
Sem religião 180.671 pessoas
Não determinado 2.510 pessoas

Referências

  1. Mini Enciclopédia Mundo Fisico (em português).
  2. a b c IBGE Estados@ – Paraíba>Acesso em 29 de março de 2012.
  3. Estimativa Populacional 2012. Estimativa Populacional 2012. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (01 de julho de 2012). Página visitada em 09 de dezembro de 2012.
  4. http://www.revistanordeste.com.br/nordeste_paraiba.php
  5. Histórias do Brasil - Folha Online
  6. The Atlantic World and the Dutch
  7. ICB - UFMG
  8. A União - "Italianos na Paraíba e sua importância econômica
  9. Fatos ocorrido na época das Familias Alemãs em Rio Tinto.. Lembranças do nazismo na Paraíba (20 de Novembro de 2000).
  10. Empresa Paraibana de Turismo S.A.
  11. IBGE, Censo Demográfico 2000
  12. Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP. Censo Religioso. CACP.org. Página visitada em 3 de março de 2011.

Nenhum comentário: