Relogio: Vocês e o Tempo

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PROJETO A COR DA CULTURA VOCÊ CRIA, AGENTE DIVULGA

Plataforma gratuita auxilia docentes a lidarem com dislexia

 

A dislexia é considerada um distúrbio psicológico que se manifesta na aprendizagem da leitura e escrita dos alunos. Segundo especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, é um problema que passa despercebido por muitos educadores. Por isso, em parceria com o Instituto ABCD, a universidade lançou uma plataforma de formação online gratuita para professores.

O ambiente virtual vai oferecer desde conteúdos básicos sobre o tema, formas de identificar o distúrbio e de adquirir técnicas para ensinar leitura, soletração e escrita até apontar como melhorar o ambiente escolar. De acordo com os especialistas, a ideia é fazer com que os estudantes lidem com suas dificuldades específicas em concentração, memória e organização.

O material foi financiado pela Unesco e lançado em quatro de suas seis línguas oficiais: árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol. A plataforma foi desenvolvida a partir da versão criada originalmente pela Dyslexia Internacional e autorizado pelo Ministério de Educação Superior, da Pesquisa Científica e das Relações Internacionais da comunidade francófona belga.

Para acessar os conteúdos, os professores precisam estar cadastrados na plataforma. Os materiais, que incluem textos, PDFs e vídeos, podem ser usados de forma ilimitada. Como o curso não é modular, o usuário pode gerenciar um cronograma próprio para suas aulas – que têm, em média, 20 horas –, além de responder a um questionário para receber um certificado.

Além disso, por conta de seu conteúdo técnico, a plataforma também pode ser usada por especialistas, como pedagogos ou médicos, que trabalham com crianças e jovens. Os conteúdos podem ser acessados no link http://dislexiabrasil.com.br.

Guia oferece passo a passo para implantar educação integral nos municípios brasileiros

Elaborado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC e pela Fundação Itaú Social, o Guia Políticas de Educação Integral: orientações para implementação no município tem como objetivo auxiliar todos os gestores públicos que pretendam instituir a educação integral em seus municípios.

“Também se constitui como material de apoio para educadores, gestores e pesquisadores interessados no tema, uma vez que, nos últimos anos, a discussão da educação integral, como uma política que tem potencialidade de contribuir com a melhora da qualidade do ensino e da aprendizagem das crianças e adolescentes, tem ganhado força em todo o território nacional”, explica o coordenador do Núcleo de Educação Integral do CENPEC, Alexandre Isaac.

A cartilha foi baseada em dois estudos publicados, Tendências para Educação Integral (2011) e Percursos da Educação Integral, em busca da qualidade e equidade (2012), e está dividida em quatro capítulos: Início de conversa, que apresenta os objetivos da obra e a contextualiza; Por onde começar, que traz as diretrizes iniciais para realizar o objetivo; Caminhos a percorrer, que apresenta nove práticas essenciais ao trabalho; e Vale a pena consultar, que traz referências de publicações sobre o tema.

Ao conceituar a educação integral, o guia faz referência à concepção que “considera o sujeito em sua condição multidimensional: física, cognitiva, intelectual, afetiva, social e ética, inseridas em um contexto de relações, assim como o desenvolvimento de todas essas dimensões como condição de cidadania, num projeto democrático de sociedade”. Implementar esse conceito, segundo o texto, é ir além da ampliação da jornada diária de estudos, igual ou superior a sete horas.

 

A coordenadora de Programas Sociais da Fundação Itaú Social, Dianne Melo, explica que a proposta está em consonância com a meta seis do Plano Nacional de Educação – PNE, que tem como objetivo oferecer educação em tempo integral para 25% dos alunos das escolas públicas de educação básica, com atividades multidisciplinares e maior tempo de permanência deles nas escolas.

Segundo a coordenadora, esse “tempo a mais” pode ser considerado saudável para os alunos, pois o que se busca é ampliar as oportunidades de aprendizagem, além de não precisar acontecer necessariamente em salas de aula. “Estamos trabalhando com três perspectivas: ampliação de tempo, uma condição necessária, ampliação e diversificação de conteúdo e ampliação de espaço”, diz.

“O que se pretende é oferecer novas oportunidades educativas,\ por meio de acesso aos conhecimentos produzidos em outras áreas (como cultura, ciência, esporte e tecnologia), e proporcionar aos estudantes interações em outros tempos, que não dizem respeito apenas ao tempo cronológico, mas também ao tempo subjetivo da aprendizagem, aquele que considera a individualidade, as interações grupais e os aspectos culturais, ingredientes fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes”, explica Letícia Araújo, técnica do CENPEC.

Isaac acrescenta que a parceria entre organizações sociais e secretarias de educação tem cooperado para a oferta qualificada de situações de aprendizagem. “A apropriação da comunidade e da cidade como um direito das crianças e dos adolescentes nos leva a afirmar que as propostas pedagógicas que contemplam essa modalidade (dentro e fora da escola) têm se configurado como potencializadoras da aprendizagem”, complementa.

Melo diz que a cartilha está sendo bem recebida pelos gestores públicos e que a obra vem ao encontro das necessidades dos municípios no tocante à melhoria da educação nas escolas públicas, confiando assim que as diretrizes sugeridas serão implementadas. Isaac explica que o conteúdo do guia foi amplamente debatido com as equipes de ambas as entidades, além de contar com especialistas de universidades e do sistema público.

“Com o material de orientação, esperamos que as Secretarias de Educação possam refletir sobre a implementação de suas políticas de educação integral e traçar estratégias que possam lhes auxiliar nessa tarefa de acordo com a realidade de cada sistema de ensino, a fim de consolidar suas práticas na área da educação integral”, exprime Isaac.

O coordenador relata que a experiência mostrou que os nove temas abordados no terceiro capítulo do guia (diretrizes gerais, espaços e infraestrutura, parcerias, plano de ação, proposta curricular, desenvolvimento profissional dos educadores, acompanhamento e avaliação, gestão colaborativa e comunicação) são ações imprescindíveis para a efetivação da política.

Para Melo, a sociedade pode colaborar com a implementação da política de educação integral ao exigir dos governos que a mesma seja efetivada. Isaac explica que a educação integral compreende a garantia de direitos e o combate às desigualdades. “A sociedade civil organizada pode colaborar para efetivação de políticas de educação integral por meio das instâncias representativas legais, como conselhos tutelares, conselhos municipais e estaduais de defesa das crianças e adolescentes, além de movimentos populares, partidos políticos e sindicatos de trabalhadores. A organização das famílias na reivindicação pela ampliação da jornada e pela melhoria da aprendizagem de nossas crianças e adolescentes também tem se apresentado como estratégia para garantir que cada vez mais municípios se preocupem e desenvolvam propostas de educação integral”, finaliza.

Por Luana Chrispim / Blog Educação

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