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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Projeto é baseado na lei que prevê o ensino da cultura negra nas escolas


 




           ‘A Cor da Cultura’ leva os costumes      afro-brasileiros para a sala de aula



Cultura afro-brasileira debatida em sala de aula (Foto: Reprodução Kit A Cor da Cultura)Cultura afro-brasileira debatida em sala de aula (Foto: Reprodução do kit 'A Cor da Cultura')
Idealizado para dar suporte aos educadores na hora de implementar a valorização da cultura africana na nossa história nas salas de aula, o projeto A Cor da Cultura nasceu em 2004, fruto da parceria da Rede Globo com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura. Segundo a historiadora e coordenadora do projeto, Ana Paula Brandão, seus principais objetivos são ampliar a compreensão sobre os afro-descendentes e contribuir para o fim das discriminações étnico-raciais no nosso país.
Professores recebem o kit 'A Cor da Cultura' (Foto: Divulgação / A Cor da Cultura) 
Professores recebem o kit 'A Cor da Cultura'
(Foto: Divulgação / A Cor da Cultura)

Para que ganhe força e ultrapasse os muros escolares o projeto conta com o reforço do kit A Cor da Cultura, formado por cinco componentes audiovisuais (documentários e séries), cinco cadernos pedagógicos, miniglossário com palavras de origem africana, jogos educativos e um CD com músicas de ritmos afro-brasileiros. “Apesar da sua imensa contribuição econômica e histórica, a invisibilidade dos negros como protagonistas na construção do país ainda é um tema a ser enfrentado, especialmente nos currículos escolares. Através do kit, disseminamos as contribuições da cultura negra para a sociedade brasileira, como um todo e, mais diretamente, para crianças, adolescentes e educadores”, reforça a coordenadora.

Projetos como A Cor da Cultura contribuem para os ideais previstos pela Lei 10.639, sancionada pelo Governo Federal em 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em todas as escolas públicas e particulares. “Essa lei é fundamental para a construção de uma sociedade mais consciente, mais democrática e mais inclusiva, pois ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Levá-la para dentro das escolas, lugar de construção, não só do conhecimento, mas também da identidade, é sem dúvida um caminho para o combate à discriminação e ao fortalecimento da identidade cultural”, ressalta o economista Vandré Brilhante presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), com vasta experiência em aprendizagem intercultural e trabalhos em países africanos (Confira a galeria de imagens com fotos de arquivo enviadas pelo próprio Vandré).
 
"A Lei 10.639 ressalta a importância da cultura
negra na formação da sociedade brasileira"
(Foto: Acervo pessoal / Vandré Bilhante)

Embora a Lei 10.639 tenha completado dez anos em janeiro, os professores ainda alegam que algumas escolas não percebem a importância da implementação do que prevê a legislação. De acordo com Ana Paula Brandão, muitas vezes a temática fica restrita aos conteúdos das disciplinas de História, Artes e Educação Física, quando o ideal é que seja um trabalho multidisciplinar. “O professor sai da oficina de formação do A Cor da Cultura bastante motivado mas acaba não encontrando apoio da coordenação da instituição de ensino e não consegue multiplicar a proposta”, comenta, ressaltando a importância de uma adesão maior das instituições de ensino. O processo de inclusão da temática afro-brasileira nas escolas também foi tema do Globo Educação, que abordou outros desafios enfretados pelos professores.

Para André, um grande passo foi dado. Mas ele faz um alerta: “Agora é fundamental que também se discuta as questões ligadas a outras raças, à orientação sexual, à nacionalidade e a outras minorias. Permitir uma análise especifica sobre a diversidade é uma possibilidade de reflexão para a superação dos mecanismos de exclusão e reprodução de desigualdades a partir da diferença”.

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